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Ditadura por elas: 10 filmes dirigidos por mulheres sobre a ditadura no Brasil | #EleNão

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Para que os erros da história não se repitam, é preciso conhecê-los e lembrá-los para quem (finge que) esqueceu. Há dois anos, o Brasil vivia o seu segundo impedimento presidencial em apenas 33 anos pós-ditadura militar (1964-1985). Sintoma da fragilidade de nossa democracia.

E agora estamos diante de uma corrida presidencial que coloca ainda mais em risco o nosso sistema de governo – e mais, aponta para um retrocesso social sem medida. Na disputa, um candidato que incita o ódio, a desigualdade e o preconceito. Ele não esconde nada disso. Na sociedade atual, está tudo em vídeo, mas como bem melhor colocou Eliane Brum, as pessoas assistem, ouvem, mas não escutam. Negam o que está posto. Parece que o jogo da humanidade perdeu. Perdeu para uma fantasia de solução à corrupção. E quer saber? Esta história também já vivemos antes; e não terminou bem.

Por isso que, mesmo sendo um coletivo de audiovisual, não podemos nos calar. Afinal, a nossa bandeira é a do empoderamento feminino, da diversidade, da representatividade e da representação de todas e todos. Para nós, não é um posicionamento partidário, mas um posicionamento político e social.

Assim, na nossa seara, apresentamos 10 filmes dirigidos por mulheres que contam a história, sob diversos pontos de vista, da ditadura no Brasil. Confira!


Torre (2017), de Nádia Mangolini 

Curta-metragem de animação, que conta a história de quatro irmãos, filhos de Virgílio Gomes da Silva, o primeiro desaparecido político da ditadura militar brasileira, relata suas infâncias durante o regime. Uma produção de Estúdio Teremim em coprodução com Meus Russos.


Hoje (2011), de Tata Amaral

Ao se mudar para um novo apartamento, Vera, uma ex-militante, passa a relembrar o que viveu na época da ditadura ao lado do marido, Luiz.


Marighella (2012), de Isa Grinspum Ferraz

Dirigido pela sobrinha de Marighella, o filme é uma construção histórica e afetiva do homem considerado o inimigo número 1 da ditadura militar brasileira.


Que Bom Te Ver Viva (1989), de Lucia Murat

Mesclando ficção com fatos reais, o filme mostra como ex-presas políticas da ditadura militar brasileira enfrentaram as torturas e as prisões.


Quase dois irmãos (2005), de Lucia Murat

Um é político ativista, outro traficante de drogas. Dois amigos de infância de classes sociais diferentes se encontram na prisão depois de uma tentativa de se unirem para elaborar um projeto social em uma favela.


Uma longa viagem (2011), de Lucia Murat

O documentário revela a história de três irmãos, tendo como fio condutor a trajetória do mais novo. Ele viaja para Londres em 1969, enviado pela família para que não participasse da luta armada contra a ditadura no Brasil, seguindo os passos da irmã, que acabou tornando-se presa política. Misturando depoimentos e memórias dos irmãos, com nove anos passados no exterior pelo caçula, o filme detalha cartas e também entrevistas com ele, que chegou a ser internado em instituições psiquiátricas. Um relato triste e ao mesmo tempo bem humorado de um núcleo familiar e suas convicções.


Memórias clandestinas (2004), de Maria Thereza Azevedo

Documentário sobre a atuação de Alexina Crespo e sua família nas Ligas Camponesas, luta armada e exílio. Em paralelo, revela aspectos relevantes da história recente do Brasil e do golpe militar de 1964.


Memória para uso diário (2007), de Beth Formaggini

O filme documenta a luta do grupo Tortura Nunca Mais a partir de pessoas comuns que, apesar das memórias traumáticas, fazem questão de lembrar e de fazer com que suas histórias não sejam esquecidas.


Diário de uma busca (2011), de Flávia Castro

Outubro, 1984. Celso Castro, jornalista com uma longa história de militância de esquerda, é encontrado morto no apartamento de um ex-oficial nazista, onde entrou à força. A polícia sustenta que se trata de um suicídio. O episódio, digno de um filme de suspense, é o ponto de partida de Flavia, filha de Celso e diretora do filme, que decide reconstruir a história da vida e da morte do homem singular que foi seu pai.


Repare bem (2012), de Maria de Medeiros

O filme mostra a história de Denise, Encarnação e Eduarda, três gerações de mulheres marcadas pela luta contra a ditadura militar e sua dura trajetória de batalha, exílio e perdas.


* Em colaboração com Luciana Rodrigues
Referências:

Por Lina Távora

É uma cearense que mora em Brasília, jornalista fora da redação, mestre em comunicação/cinema, feminista em construção, mãe com todo o coração e tem no audiovisual uma paixão constante e uma fé no seu impacto para uma mudança positiva na sociedade.

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