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Representação no audiovisual: Teste da lâmpada sexy

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Testes de Representação

Já falamos dos clássicos testes de Bechdel, Tauriel e Mako Mori. Todos esses testes têm em comum o fato de tentar entender como mulheres são representadas nas obras audiovisuais, analisando aspectos simples: se há minimamente um diálogo entre mulheres (considerando apenas as personagens que têm nomes) em que os homens não sejam o único assunto (Bechdel), se as mulheres são competentes e autônomas (Tauriel), se as mulheres possuem arco dramático próprio (Mako Mori). Também já falamos um pouco do teste Barnett, sobre a perspectiva da violência atrelada a personagens masculinos. 

No Oscar dos anos de 2018, 2019, 2020 e 2021, utilizamos esses quatro testes para analisar o desempenho das obras indicadas na categoria de melhor filme. Depois de extensa pesquisa sobre testes de representação, resolvemos criar o teste Arte Aberta, que inicialmente foi desenhado para filmes brasileiros, mas depois foi estendido aos filmes do Oscar de 2022

Vamos iniciar uma série com vários testes de Representação que conhecemos na nossa pesquisa.

Sexy Lamp Test ou Teste da lâmpada sexy

O teste de representação da lâmpada sexy foi criado pela escritora de quadrinhos Kelly Sue DeConinck. Ela é criadora da série Pretty Deadly e responsável pela reformulação que transformou a Capitã Marvel em sua própria revista. Isso garantiu sua indicação ao Eisner de 2014, na categoria Melhor Escritora. Nessa mesma competição, a colorista das duas histórias, Jordie Bellaire, foi premiada como Melhor Colorista.

Kelly descreveu como funciona o teste na Comic Con em 2014. O teste pergunta:

Se você substituir sua personagem feminina por uma lâmpada sexy, a história ainda funciona?

O teste da lâmpada sexy procura entender se as mulheres são relevantes para o enredo. Esse teste não apenas pergunta se as mulheres estão representadas, mas questiona se elas estão lá para fazer algo.  O teste inclusive inspirou uma peça de teatro digital de Katie Arnstein em 2021, com o objetivo de “iluminar o sexismo na indústria de atuação”.  

Um dos filmes que não passa no teste, de forma unânime entre as opiniões dos blogs, é O Homem de Aço (2013), pela representação da personagem Lois Lane, interpretada por Amy Adams. 

O teste possui uma ligeira variação intitulada Sexy Lamp com Post-It Stuck On. Essa variante pergunta se personagens femininas servem como fonte de informação para outros personagens (e nada mais). O objetivo é garantir que as personagens tenham algo mais a fazer do que apenas atuar como um veículo (sexy) de informações.

Por Natália Brandino

Tem a mania de analisar, segmentar, e planejar. Mas também de conversar de séries e bobagens da vida. Não se engane com a seriedade aparente da capricorniana que sempre se esconde atrás de um livro.

2 respostas em “Representação no audiovisual: Teste da lâmpada sexy”

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