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Dica Arte Aberta: Dolly, Kitty e as estrelas, de Alankrita Shrivastava

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Dolly, Kitty e as estrelas

Dolly, Kitty e as estrelas é um longa-metragem de 2019 dirigido e roteirizado pela indiana Alankrita Shrivastava. A obra conta a história de duas primas que, de formas diferentes, lutam por liberdade e felicidade.

Dolly está casada há anos, tem dois filhos e sente uma grande necessidade de sustentar uma vida de aparências. Ela se recusa a repetir a história da mãe, que abandonou a família para seguir seus próprios sonhos e paixões, o que Dolly não consegue compreender nem perdoar. 

Rejeitando a escolha da mãe, ela segue o caminho “oposto”, se mantendo em uma relação desgastada e fechando os olhos para os diversos problemas do seu relacionamento. Partir nunca foi uma opção para Dolly, até que novos eventos fazem com que ela tenha que refletir sobre quem é, sobre seus desejos e sobre o que espera para o futuro.

Sua prima Kajal se muda para a cidade fugindo de um casamento arranjado e sonha em conquistar sua independência através do trabalho. Em uma realidade machista e opressora, ela logo descobre que isso não será fácil. Após muitas dificuldades, Kajal consegue um emprego como atendente de telemarketing em um aplicativo sexual e passa a atender pelo nome profissional de Kitty. Ingênua e sem nenhuma experiência sexual, o novo emprego é um choque para a personagem. Inserida na nova rotina e desmistificando muitas coisas, a jovem vai se transformando. Em seu processo de independência, ela tem experiências boas e ruins, vai se conhecendo, definindo o que quer e aprendendo a se libertar do julgamento da sociedade.

Em trajetórias diferentes, as duas primas batalham contra um sistema que ao mesmo tempo sexualiza, explora, culpabiliza e oprime as mulheres. Dolly e Kajal aprendem a aceitar as suas próprias jornadas e a olhar com carinho para si mesmas e uma para a outra.

O roteiro é um pouco confuso em alguns momentos e deixa algumas pontas soltas que geram estranhamento, mas a mensagem de empoderamento e libertação, especialmente em relação a Dolly, vale muito a pena.

O filme está disponível na Netflix Brasil.

Por Luciana Rodrigues

É formada em Audiovisual e em Letras Português. Uma brasiliense meio cearense, taurina dos pés à cabeça, apaixonada pela UnB, por Jorge Amado e pelo universo infantil. Aprecia o cult e o clichê, gosta de Nelson Pereira dos Santos e também gosta de novela. E, apesar de muitos dizerem o contrário, acha que essa é uma ótima combinação.

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