No dia internacional da mulher, o Arte Aberta lança a campanha #EstreiaDelas, que destaca diversas cineastas brasileiras que inspiram todas nós. A intenção é chamar atenção para sua carreira e trajetória, especialmente para o início de suas carreiras e seus primeiros trabalhos.
Tata Amaral
Tata Amaral é uma das diretoras mais premiadas do cinema nacional recente. Seu primeiro longa-metragem, Um céu de estrelas, foi escolhido como um dos três filmes brasileiros mais importantes dos anos 90. Antes dele, no entanto, Tata Amaral dirigiu nove curtas: Queremos as ondas do ar (1986); Poema: Cidade (1986); Mude seu dial (1986); SP Pan 360° (1987); História Familiar (1988); Viver a vida (1991); Orgulho (1992); Não usar o santo nome em vão (1993); e O cinturão de Hipólita (1994).
Um céu de estrelas foi lançado em 1996 e conta a história de Dalva, uma cabeleireira que recebeu a oportunidade de viajar para o exterior. Para evitar que ela viaje, seu namorado abusivo a mantém refém em casa, trazendo para o filme a questão da violência contra a mulher.
Depois dele, Tata Amaral dirigiu Através da janela (2000); Vinte/dez (2001); Vila Ipojuca (2003); Antônia (2006); Trago Comigo – Série para TV (2009); O rei do Carimã (2009); Carnaval dos deuses (2010); Hoje (2013); Trago comigo – longa (2016); e está finalizando o longa Sequestro relâmpago.
Anna Muylaert
Anna Muylaert foi muito destacada e elogiada nos anos anteriores devido à repercussão de seu longa-metragem Que horas ela volta?
Já era conhecida, no entanto, por dirigir Durval Discos, É proibido fumar e Chamada a cobrar.
Mas você sabe qual foi seu filme de estreia?
O curta-metragem A origem dos bebês segundo Kiki Cavalcanti foi lançado em 1995 e parte de uma situação cômica gerada pela teoria que a menina Kiki elabora sobre como os bebês são feitos.
Laís Bodanzky
Com quatro longas-metragens de ficção lançados, Laís Bodanzky toca em temas relevantes e domina a narrativa audiovisual.
Tudo começou com o curta-metragem Cartão Vermelho, em 1994, no qual Fernanda gosta de jogar bola com os garotos, mas vai ter que encarar as questões que envolvem ser menina e ser menino.
Os longas da diretora são: Bicho de sete cabeças, Chega de saudade, As melhores coisas do mundo e Como Nossos Pais.
Carmen Santos
Carmen Santos (1904-1952) nasceu em Portugal e viveu no Rio de Janeiro desde 1912. Estreou como atriz em 1919, no filme Urutau, dirigido pelo norte-americano William Jansen.
Ela assumiu sua paixão pelo cinema trabalhando em diversas funções do setor – e lutando por ele com todo afinco! Foi diretora, produtora e empresária. Mesmo nos primórdios do cinema, soube trabalhar com a promoção da sétima arte.
Em 1948, dirigiu e atuou em Inconfidência Mineira. Além de Urutau e Inconfidência Mineira, atuou também em: Sangue mineiro (1929), de Humberto Mauro; Limite (1931), de Mário Peixoto e Onde a terra acaba (1933), de Octávio Gabus Mendes – no período mudo do cinema. Na fase sonora, ela atuou e produziu três filmes dirigidos por Humberto Mauro: Favela dos meus amores (1935), Cidade mulher (1936) e Argila (1940).
Sabrina Fidalgo
O primeiro curta da cineasta Sabrina Fidalgo é Sonar – Special Report, de 2006, que é um documentário musical sobre o Festival Sonar, em Barcelona.
Além deste, ela escreveu e dirigiu os curtas Das Gesetz des Stärkeren (A Lei do Mais Forte), Black Berlim, Cinema Mudo, Personal Vivator e o documentário musical de média-metragem Rio Encantado para a TV, além de ter assinado vários videoclipes.
O curta Rainha (2016) ganhou o prêmio de melhor filme pelo júri popular do Panorama Carioca no Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro – Curta Cinema.
Lúcia Murat
Em 1989, Lúcia Murat conseguiu um feito inédito no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro: seu primeiro longa, Que bom te ver viva, foi eleito melhor filme pelo júri oficial, pelo júri popular e pela crítica, além de receber os prêmios de montagem e melhor atriz.
Sua estreia na direção ocorreu alguns anos antes, em 1984, com o curta documentário O pequeno exército louco”. O filme retrata a Revolução Sandinista na Nicarágua e recebeu o prêmio de Melhor Filme no Rio-Cine Festival.
Lúcia Murat dirigiu também Doces poderes (1996); Brava gente brasileira (2000); Quase dois irmãos (2003); O olhar estrangeiro (2005); Maré, nossa história de amor (2007); Uma longa viagem (2011); A memória que me contam (2012); Em três atos (2015); e A nação que não esperou por Deus (2015).
Julia Rezende
Julia Rezende ficou conhecida pelos longas-metragens Meu passado me condena (2013), seu filme de estreia e que atingiu 3.140.771 de espectadores, e Meu passado me condena 2 (2015), com 2.639.935 de público no cinema.
O seu primeiro trabalho foi um curta documentário sobre Elke Maravilha. Elke (2007) revela a mulher por trás da “persona” conhecida, a partir da reflexão sobre a imagem, com a desconstrução de estereótipos, criando um novo olhar sobre a artista.
Em seguida, dirigiu o curta Nesta data querida (2009), premiado pelo júri popular no Festival Paulínia.
No cinema, dirigiu também os longas de ficção Ponte Aérea (2015), Um namorado para minha mulher (2016) e Como é cruel viver assim, com lançamento previsto para este ano.
Na TV, dirigiu várias séries, entre elas Cê faz o quê? (2013), Meu passado me condena (2012), Cara metade (2011), Santa Ajuda (2011) e Adorável Psicose (2010).
Petra Costa
Petra Costa realiza um cinema de intimidade documental, trazendo questões privadas para falar sobre a condição humana – família, arte, trabalho, entre outros temas essenciais.
Em Olhos de ressaca (2009), seu primeiro curta-metragem, Petra faz uma “arqueologia do amor” de seus avós, que completavam 70 anos de namoro.
Elena (2012) é dor transformada em poesia, um mergulho na busca de Petra por sua irmã morta.
Em Olmo e a Gaivota (2015) acompanhamos uma atriz e sua gravidez de risco. Enquanto ela passa os dias em casa, o marido vai para os ensaios e para o palco.
Lívia Perez
Lívia Perez é realizadora e pesquisadora da área do cinema, dirigiu o curta-metragem Quem matou Eloá? (2014), alcançando diversos prêmios, incluindo de Melhor Curta-Metragem no ATLANTIDOC, Melhor Documentário no GENII Awards da Alliance for Women in Media e Melhor Curta Paulistano na Semana Paulistana do Curta-Metragem.
Dirigiu também o longa documentário Lampião na Esquina (2016), que conta a história do primeiro jornal LGBT do Brasil.
A estreia na direção foi no webdocumentário Se eu demorar uns meses, de 2014. O curta é um projeto multiplataforma e foi gravado no Memorial da Resistência, antigo prédio do DOPS-SP (Departamento Estadual de Ordem Política e Social ).
Juliana Rojas
Juliana Rojas é de Campinas e formou-se em cinema na USP. Foi ainda na faculdade que Juliana dirigiu o seu primeiro curta: Três Planos, Nove Planos, de 1999. Além da codireção, a cineasta foi responsável pelos desenhos que compõem o livro estranho escolhido pelo personagem principal.
Ela possui uma extensa lista de direção de curtas, como Um ramo” (2007), Pra eu dormir tranquilo (2011) e Desculpa, Dona Madama (2013).
Em 2017, co-dirigiu o filme As boas maneiras, que ganhou alguns prêmios no Festival do Rio, incluindo o de Melhor Longa-metragem de Ficção. Esse filme está previsto para chegar ao circuito comercial de cinema ainda no primeiro semestre de 2018.
Renata Pinheiro
Com formação em Artes Plásticas e uma extensa carreira em direção de arte no cinema, Renata Pinheiro dirigiu seu primeiro curta-metragem em 2008, Superbarroco.
Dirigiu ainda o curta Praça Walt Disney e os longas Estradeiros (2011); Amor, plástico e barulho (2013); e Açúcar (2017).
Superbarraco e Amor, plástico e barulho foram direção solo, os outros foram parcerias com Sérgio Oliveira.
Cris D’Amato
Cris D’Amato atuou em diversos longas como assistente de direção, como em Tainá: uma aventura na Amazônia (2000); Avassaladoras (2002); Xuxa abracadabra (2003); Se eu fosse você” (2006), entre outros.
No cinema, dirigiu: É fada! (2016), com público no cinema de 1.722.029 espectadores; SOS – Mulheres ao mar 2 (2015), com 1.638.272 espectadores; SOS – Mulheres ao mar (2014), com 1.776.579 espectadores; Linda de morrer (2015) (codirigido com Daniel Filho); e Confissões de adolescente (2014) (codirigido com Daniel Filho).
Adelia Sampaio
Adelia Sampaio foi a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no Brasil. Amor Maldito, de 1984, foi baseado em fatos reais e é considerado o primeiro filme nacional a retratar um casal lésbico.
A obra conta a história de Fernanda e Sueli, quando, após o suicídio da segunda, Fernanda é obrigada a passar por um julgamento preconceituoso e moralista para responder pela morte.
A estreia de Adélia Sampaio ocorreu cinco anos antes com o curta Denúncia vazia“, que também foi baseado em uma história real. Após ler o caso no jornal, a diretora decidiu contar a história de um casal de idosos que, com o dinheiro das aposentadorias, não conseguia pagar o aluguel e cometeu suicídio deixando uma mensagem para as autoridades.
Marina Person
Produtora, atriz, diretora de cinema e a eterna VJ nos nossos corações, Marina Person dirigiu seu primeiro curta-metragem em 1996: Almoço executivo, juntamente com Jorge Espírito Santo. O curta ganhou os prêmios de Melhor Direção nos Festivais de Cinema de Gramado e RioCine.
O primeiro trabalho solo na direção foi Person (2007), uma jornada ao encontro do cinema de seu pai – Luiz Sergio Person.
Em 2015, dirigiu o longa de ficção Califórnia, que faz um retrato sensível e empolgante – e com ótima trilha sonora – sobre a juventude dos anos 1980.
Gilda de Abreu
Gilda de Abreu foi a primeira mulher a dirigir um longa-metragem falado no Brasil. Foi também a primeira diretora brasileira contratada por um grande estúdio.
Seu filme de estreia, O ébrio, foi lançado em 1946 e restaurado em 1996. O filme, que foi sucesso de público, narra a história de Gilberto, um rico estudante de medicina que mora no interior. Após perder sua fortuna, o rapaz tem que se reinventar na cidade grande e entra no universo da música e da bebida.
Após O ébrio, Gilda de Abreu dirigiu os longas Pinguinho de gente e Coração materno e o curta Canção de amor.
Carla Camurati
A estreia de Carla Camurati no cinema ocorreu em 1987 com o curta de 13 minutos A mulher fatal encontra o homem ideal. O filme conta a história de uma mulher que, com a ajuda de sua fada-madrinha, torna-se uma estrela do cinema e da TV. Infelizmente, o encanto acaba quando a programação da televisão sai do ar. O curta contou com a atuação da própria Carla Camurati e de Norma Bengell e venceu o prêmio de Melhor Direção no Festival de Brasília.
Carla Camurati dirigiu ainda Bastidores (1990); Carlota Joaquina, princesa do Brasil (1995); La serva padrona (1998); Copacabana (2001); e Irma Vap – O retorno (2006).
Seu longa-metragem Carlota Joaquina, princesa do Brasil é considerado o marco do Cinema da Retomada.
Uma resposta em “Os primeiros filmes de cineastas brasileiras | #EstreiaDelas”
[…] o filme que pontua mais este ciclo do nosso cinema é Carlota Joaquina – Princesa do Brazil, da diretora Carla Camurati. O filme foi construído com baixo orçamento, distribuído pela própria diretora, lançado com […]