Troy Kotsur tornou-se o primeiro ator surdo a receber o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Ele foi premiado pelo papel de Frankie, pai da protagonista no longa-metragem No ritmo do coração (CODA). No filme, Ruby é a única ouvinte em uma família de surdos e precisa compreender como equilibrar as obrigações com a família e seus próprios sonhos e projetos.
O filme é baseado no longa francês A família Bélier (2014). E a principal diferença entre as duas obras é que CODA escalou atores surdos para interpretar os personagens, o que tem sido extremamente elogiado.
Marlee Matlin, que interpreta a mãe de Ruby, é a única atriz surda a ganhar um Oscar na história. Ela foi premiada pelo filme Filhos do Silêncio em 1986, e desde então nunca mais outra mulher surda foi indicada.
36 anos depois, Troy Kotsur une-se a ela como primeiro ator surdo a receber a estatueta.
Esse tipo de reconhecimento é importante para combater estereótipos, para potencializar reivindicações da comunidade surda e para mostrar que atores PcD podem desempenhar muito bem seus papéis, devendo receber boas oportunidades de trabalho.
Siân Heder contou com consultores da comunidade surda para elaborar o roteiro e entrevistou vários CODAs (crianças ouvintes filhas de pais surdos), aprofundando na complexidade das relações familiares e nas dificuldades dos filhos que precisam crescer transitando entre “dois mundos”.
Como resultado, o roteiro tem sido muito elogiado por compor personagens surdos complexos, redondos e não estereotipados, o que infelizmente ainda é raro no audiovisual.
Uma resposta em “Troy Kotsur é o primeiro ator surdo a receber o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante”
[…] Na verdade, CODA teve 100% de aproveitamento no Oscar 2022. Foi vencedor nas três categorias as quais o filme foi indicado: filme, roteiro adaptado e ator coadjuvante (Troy Kotsur). […]