A dica dessa semana é um curta-metragem de Érica Sarmet, Uma Paciência Selvagem Me Trouxe Até Aqui, eleito o melhor curta no 25º festival de cinema de Tiradentes.
O filme conta com um elenco e tanto, com Zélia Duncan, Bruna Linzmeyer, Camila Rocha, Clarissa Ribeiro e Lorre Motta. A atuação do conjunto rendeu ao curta o prêmio especial do júri da edição deste ano do Sundance Film Festival, na categoria de ensemble cast (várias atrizes principais).
O curta apresenta um encontro entre gerações diferentes de lésbicas no Rio de Janeiro e Niterói. Vange (Zélia Duncan) conhece um grupo de quatro jovens mulheres (Bruna Linzmeyer, Camila Rocha, Clarissa Ribeiro e Lorre Motta) em uma festa, e passa um tempo com as garotas mais jovens, compartilhando suas experiências, afetos e intimidade.
O filme é permeado por poesias e pequenos relatos das personagens – meio documentário, respondendo a perguntas feitas em off -, que falam sobre a experiência de ser uma mulher lésbica, das primeiras namoradas, primeiros encontros com mulheres lésbicas etc. Dessa forma, o filme faz uma homenagem às que vieram antes e reconhece o peso de cada uma das vivências desse encontro geracional entre as protagonistas do filme.
O próprio título do filme, Uma paciência selvagem me trouxe até aqui, é um trecho de um poema de Adrienne Rich que transmite a ideia da passagem do tempo, do amadurecimento, e de perceber tudo aquilo que somos e que nos trouxe até o presente. As personagens do filme celebram esse presente, essa liberdade, sem esquecer o que já se passou, e isso é bem marcado no filme.
O curta foi indicado para a premiação de melhor curta-metragem da edição deste ano do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, que acontecerá em agosto, e já está disponível para assistir, gratuitamente, pelo porta curtas (https://portacurtas.org.br/).