Heroína e Amazona
O tão esperado filme da Mulher Maravilha, dirigido por Patty Jenkins, foi lançado no dia 1º de junho e o Arte Aberta esteve presente na pré-estreia. Durante o processo de todos os espectadores acharem suas respectivas cadeiras no escurinho, observei que muitas mulheres estavam presentes. Isso é considerável diante do senso comum que acredita que o público masculino é o único indicado para história em quadrinhos e filmes de super-herói.
E o filme é de uma heroína, semi-deusa e amazona, que compreende sua existência no combate ao mal. A história conta um pouco da infância de Diana, princesa de Themyscira, que almeja o treinamento para batalha, como é feito com as suas companheiras amazonas. Dali já se compreende um povo que tem a batalha e a força como essência. Há marcas físicas nos corpos das amazonas, que demonstram clara historicidade de batalha, o que deixa a construção daquelas personagens ainda mais interessante.
Diana é uma princesa e quer seguir o caminho das amazonas. Uma princesa que foge dos estereótipos da personagem que precisa ser salva pelo príncipe. No filme, é ela quem salva o mocinho, o piloto Steve Trevor. Sabendo, então, da grande guerra que está matando milhões de inocentes, Diana sabe que precisa ir até a batalha para pará-la. Durante a missão, Diana descobre situações, poderes e sentimentos que a marcam como uma super-heroína moderna e empoderada.
A DC Comics, aparentemente, está sendo também salva pela Mulher Maravilha. Já que as críticas e notas nos sites especializados indicam grande qualidade ao filme.
Diana não é sexualizada no filme, não se vê jogadas de câmera específicas para o corpo da heroína, mesmo mantendo o clássico uniforme da Mulher Maravilha. As cenas de luta muito lembram jogabilidade de alguns jogos, o que traz aqueles gritinhos de euforia ao ver a Mulher Maravilha em ação. Diana não deixa ninguém pra trás! Na verdade, ela deixa sim – as piadinhas sexuais e as críticas ao seu corpo (lembra que Gal Gadot sofreu críticas por ter um corpo “magrelo” comparado ao irreal padrão da Mulher Maravilha dos quadrinhos?).
O foco do filme é na força, na construção psicológica, nas descobertas e nas expressões da Mulher Maravilha e não em seu corpo. O filme apresenta cenas lindas, algumas tão bem coloridas que arrancam suspiros do público. É a relação dela consigo mesma, com suas descobertas, com seus questionamentos quanto ao mundo dos homens.
A Mulher Maravilha veio pra marcar as mulheres na direção de filmes de heróis e no mundo nerd como heroína. Empoderando meninas e mulheres em uma narrativa cheia de combates físicos, mas também sociais.
Ainda temos muito que trilhar para a representatividade na cultura pop. Mas bem, se Diana ainda acredita na humanidade, por que não acreditamos também?
3 respostas em “Mulher Maravilha (Wonder Woman) | Crítica”
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