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Life is Strange | Games

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Life is Strange é o jogo escolhido para lançarmos a coluna sobre games do Arte Aberta! A coluna será quinzenal e contará com um review de um jogo que tenha, pelo menos, uma das seguintes características: mulheres à frente da produção e personagem feminina profunda e complexa.

Entendemos que game é a praia de mulheres e meninas sim! E é por isso que o Arte Aberta dedica uma coluna especial para os jogos. Vamos com a gente que temos muito a discutir sobre mulheres e games!

Ah, tem algum game que preencha uma das características acima e gostaria que fizéssemos um review? Manda mensagem para a gente pelas redes sociais ou pelo e-mail arteaberta@arteaberta.com! E use a hashtag #ArteAbertaGamer 😉

Life is Strange: a força da amizade feminina

Life is Strange é um jogo tipo episódico, desenvolvido pelo estúdio francês DontNod, que foi lançado ao longo de 2015, disponibilizando o primeiro episódio em janeiro e o quinto, e último, em outubro. A ideia envolvida nos jogos episódicos é que você vá jogando um episódio por vez, já que não são disponibilizados todos ao mesmo tempo, assim como as séries de TV.

O jogo possui, ao todo, cinco episódios e conta a história de Max, uma estudante da escola Blackwell Academy que retorna à cidade de Arcadia Bay depois de cinco anos morando em Seattle. Max é fotógrafa. Ela sabe que ser aceita nesta escola é de extrema importância, uma vez que busca potencializar sua fotografia por meio da fama artística da Blackwell Academy.

Life is Strange: Maxine Caulfield, a "Max" de Life is Strange. Ao fundo, a Academia Blackwell.
Maxine Caulfield, a “Max” de Life is Strange. Ao fundo, a Academia Blackwell.

Após um incidente, Max descobre que consegue voltar no tempo. E aí que começa sua aventura. O jogo tem possibilidade de escolha em determinadas situações ao longo da história, o que faz a interatividade entre game-jogador ser fundamental para a jogabilidade. Todas suas respostas e atos terão consequências futuras. Há a possibilidade de Max voltar ao tempo para responder ou agir de forma diferente, mas apenas enquanto o jogador está naquele ato do game.

Logo no começo do primeiro episódio, Max reencontra sua melhor amiga, Chloe Price. Com essa parceria, é preciso fazer escolhas muitas vezes difíceis e confusas. Um pouco como a “vida real”, não é mesmo? O jogo baseia-se na teoria do caos, demonstrando as consequências de suas escolhas durante o jogo. A borboletinha que aparece no canto da tela indicando que “esta ação terá consequências” é de dar palpitações! O que vai acontecer se eu escolher fazer isso ou aquilo?

Há estereótipos de personalidade apresentados, como os dos filmes estadunidenses que retratam ficcionalmente a rotina de high school. Entretanto, há assuntos importantes e sérios abordados, como cyberbulling e slutshaming.

O jogo centra-se na amizade crescente de Max com outras meninas da escola, assim como fortalecimento da parceria com Chloe, criando uma espécie de rede de apoio entre mulheres para combater os abusos sofridos por algumas delas. Há sororidade envolvida. Você pode escolher, inclusive, alertar meninas que sequer falam respeitosamente com você durante a história.

Life is Strange: max e chloe
Max e Chloe

Max, sempre que pode, elogia as meninas da escola. Elogios genuínos, que fazem  transparecer a importância de termos mulheres ao nosso lado. A fama de Max como feminista incomoda, como é possível perceber nas pichações e mensagens recebidas.

O jogo é colorido e repleto de memórias boas e ruins, nos mostrando que as nossas escolhas nem sempre saem exatamente como gostaríamos. Para isso, Max não está sozinha nesse tornado de emoções, frustrações, alegrias e amores. O jogo demonstra que o apoio que precisamos uns dos outros é fundamental para ultrapassarmos certas barreiras e acontecimentos dramáticos.

Life is Strange é, em sua jogabilidade, um jogo simples, mas não é fácil de joga-lo. Mexe com nossos sentimentos. Indica a fragilidade do ser humano, além de tocar em memórias que nos angustiam. Discute o que é ser menina e ter que lutar contra tantas violências que nos infligem. E voltar no tempo é uma boa oportunidade para proteger quem está precisando de nós. Ou será que é mesmo?


É importante ressaltar que o jogo pode ser um gatilho para quem passou por situações de violência parecidas com as que são retratadas no jogo. Como nossa Coluna é Spoiler Free, não vamos falar sobre a narrativa do jogo. Por isso, recomendamos que olhem de antemão o enredo do jogo ou chamem pessoas de confiança para jogarem juntos. O próprio game indica que, caso se sintam desconfortáveis, buscar redes de apoio locais, é uma boa opção.


Fiquem ligadxs que o prelúdio dessa história, Life is Strange: Before the Storm, já lançou seu primeiro episódio. Começou a jogar o mais novo game desse universo de Max e Chloe? Conte-nos tudinho!

Por Risla Miranda

Brilha os olhos quando fala de direitos humanos e se vê um dia programando games. Discutir numa mesa de bar acompanhada de uma cerveja bem lupulada é o paraíso. Criatividade vai desde meme a criar estratégias de ação de projetos. Curtindo o rolê de contar histórias através de dados.

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