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Brasília por ELAS | Filmes sobre Brasília dirigidos por mulheres

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Sempre associada à política, Brasília dificilmente é pensada como simplesmente uma cidade viva, na qual as pessoas nascem ou decidem morar, que andam por suas ruas, namoram, estudam e trabalham. Ao pensar nela, pensa-se em corrupção e em políticos engravatados. Por esse motivo, a capital recebe muitos xingamentos, estereótipos e até um bocado de energia negativa. Esquecem que é uma cidade como qualquer outra, com defeitos, belezas e vida própria.

Políticos são minoria e, por mais que se pense que a cidade vive de concurso, servidores públicos são apenas uma parcela. O Distrito Federal é feito de eixos, de tesourinhas, de ipês, mas também de suas satélites. É um mundo diverso, com várias cidades dentro de si. Aqui a vida pulsa sim. 

Hoje, dia 21 de abril, a cidade comemorou 60 anos, uma celebração em meio a uma pandemia. Quem tem o privilégio (e discernimento), está em isolamento social, em suas casas, sem viver a cidade como ela merece. 

Para comemorar a data, relembramos a nossa cidade para além da Esplanada e do Plano Piloto, pensamos em suas ruas, praças, moradores e artistas. Para isso, listamos alguns filmes em que a capital é cenário ou protagonista.

Querendo ou não, pela história de sua construção, Brasília é singular. E abriga milhões de histórias únicas. 

Vamos matar um pouco a saudade desse cenário tão bonito!

A arte de andar pelas ruas de Brasília, de Rafaela Camelo

Um olhar poético sobre amizade e amor entre duas meninas. Um “filme de transição” (coming of age) da infância para a adolescência. O curta-metragem fala sobre as dúvidas e afirmações da sexualidade. As adolescentes encontram-se após a escola, caminham pela cidade. A paisagem de Brasília está ali presente: a escola, as superquadras, os bares, ônibus, metrô. É um amor que que tem como suporte a cidade. E é ao mesmo tempo uma ode de amor à Brasília.

Braxília, de Danyella Proença

O documentário traz o poeta que tanto escreveu, viveu e transformou Brasília em poesia – Nicolas Behr. O curta-metragem de Danyella Proença sabe apresentar Brasília e seu poeta como personagens que dialogam. Nicolas passeia pela cidade, tenta fazer a travessia do Eixão em um dia movimentado e senta no seu chão num domingo de lazer. Ele sente a cidade e questiona os seus transeuntes. “Onde pego o ônibus para ir para Braxília?”, pergunta o poeta. Braxília é a sua Brasília quando a poesia intervém. Nicolas escava a terra vermelha tão característica de Brasília, ainda mais em seus meses mais quentes, e descobre letras – matéria prima para a sua poesia.

Poeira e batom no Planalto Central, de Tânia Fontenele

A história da construção da cidade de Brasília e a transferência da capital para a região central do Brasil é narrada pelas mulheres que fizeram parte desses acontecimentos. Com diversos depoimentos, fotos e vídeos do período, as pioneiras contam como foi a vinda para Brasília, como era a realidade da cidade logo em seu início, quais eram as dificuldades e curiosidades.

Catadores de história, de Tânia Quaresma, longa-metragem

Documentário que retrata o cotidiano das pessoas que ganham a vida recolhendo lixo no maior lixão a céu aberto da América Latina. Apesar das condições precárias do local, muitas famílias tiram seu sustento do lixão da Estrutural e apresentam no filme depoimentos emocionantes sobre invisibilidade, reconhecimento e dignidade. Catadores de história faz parte de um projeto maior, que contou com oficinas culturais com filhos de catadores, Mostra Multimídia, livro/almanaque, coleção de folhetos de cordel e exibições populares nos lixões. O longa recebeu diversos prêmios no 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e é o primeiro filme de uma trilogia.

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