
Continuamos com o nosso Especial do Oscar 2018 – #ElasNoOscar, analisando os filmes indicados à categoria de Melhor Filme na premiação deste ano. No primeiro post explicamos tudinho sobre os testes de representatividade analisados e detalhamos esta série especial. Confira!
O quinto filme analisado foi o Dunkirk, de Christopher Nolan, indicado a oito categorias: Melhor Filme; Melhor Direção (Christopher Nolan); Melhor Direção de Fotografia (Hoyte Van Hoytema); Melhor Edição (Lee Smith); Melhor Trilha Sonora Original (Hans Zimmer); Melhor Edição de Som (Richard King e Alex Gibson); Melhor Mixagem de Som (Gregg Landaker, Gary Rizzo e Mark Weingarten) e, por fim, Melhor Design de Produção (Nathan Crowley e Gary Fettis).
Para ampliar a experiência cinematográfica, recomendamos assistir também O destino de uma nação, de Joe Wright, outro concorrente ao Oscar de Melhor Filme, pois as obras complementam-se, abordando o mesmo contexto histórico.
Sinopse
A história se passa em Dunkirk, no meio da 2º Guerra Mundial, com 400 mil soldados ingleses sendo bombardeados pelos nazistas. É contada por vários pontos de vista: pilotos ingleses que tentam amenizar os ataques alemães, um grupo de civis que disponibiliza sua embarcação e soldados ingleses de campo e de comando que tentam direcionar as estratégias de resgate e sobreviver aos ataques para voltar para casa.
Sob a ótica das mulheres
Não há personagens femininas com nome no enredo. Aparecem duas enfermeiras com fala, porém, elas não possuem nome. Além disso, em uma das cenas que mostra as embarcações de civis vista pelo alto, nota-se que há uma mulher. É compreensível já que o filme opta contar este momento da Guerra pelo ponto de vista dos militares e, na época, não eram permitidas mulheres nessas posições.
Poderia haver mais participação feminina, caso o filme contasse a narrativa pela ótica de uma das enfermeiras ou a partir da embarcação civil composta por mulheres, todavia, seriam outras histórias a serem contadas.
Ficha Técnica
A ficha técnica apresenta 15,38% de representatividade feminina. Somente a função de Maquiagem é exercida exclusivamente por mulher.
Elenco Principal
Nos créditos finais do filme, são apresentados 11 nomes e todo são de homens, observado em decorrência do enredo da trama, sendo assim, 0% de representatividade feminina.
Bechdel-Wallace
Reprovado.
As duas enfermeiras que aparecem com fala não possuem nome e não falam entre si. Assim, o filme é reprovado em todas as perguntas do teste.
Mako-Mori
Reprovado.
Nenhuma das personagens que aparecem possuem um arco dramático e todas estão a serviço da operação militar, sendo assim a obra é reprovada nas duas últimas perguntas e, assim, no teste.
Tauriel
Aprovado.
As duas personagens que aparecem não são atreladas a um par romântico, por isso, o filme é aprovado no Teste Tauriel.
Barnett
Reprovado.
Apesar dos diálogos masculinos passarem na primeira pergunta, de não serem sobre o sexo oposto, as personagens femininas da trama não falam entre si, o que faz o filme reprovar neste teste. Em relação à violência, o filme é sobre guerra, lida com bombardeios e combates armados, mas, apesar de só ser permitido homens, o contexto da guerra não se enquadra nesse entendimento do teste. Assim, o filme passa na segunda pergunta da análise. Vale ressaltar que há uma situação de enfrentamento de um civil com um soldado que culmina em um acidente trágico, mas, justamente por ter sido um acidente e pelo contexto que aconteceu, não foi considerado violência atrelada ao sexo masculino. Mas, para passar no teste Barnett, o filme precisa passar em todas as perguntas, por isso, reprovou.

Resumo dos testes de representação e representatividade
Representatividade feminina na ficha técnica | 15,38% de mulheres nos principais cargos da ficha técnica |
Representatividade feminina no elenco principal | 0% de presença feminina no elenco principal |
Bechdel-Wallace | Reprovado |
Mako-Mori | Reprovado |
Tauriel | Aprovado |
Barnett | Reprovado |
