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Lista completa Oscar 2020: mulheres indicadas

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O filme Adoráveis Mulheres, de Greta Gerwig, foi indicado ao prêmio de Melhor Filme, mas a cineasta não foi indicada
na categoria de Direção.

Nesta segunda-feira, dia 13 de janeiro, foram anunciados os indicados à 92ª edição dos Academy Awards. A premiação será realizada dia 9 de fevereiro e temos menos de um mês para assistir a todos os filmes e pesquisarmos sobre os concorrentes. Para conversar sobre os resultados com os amigos ou nas redes sociais, por mais informal que seja, é interessante conhecer um pouquinho mais sobre cada categoria, cada filme e cada indicado.

Como o foco do Arte Aberta são as mulheres do audiovisual, listamos aqui todas as 67 indicadas deste ano distribuídas pelas 24 categorias do Oscar (lembrando que duas delas não constam aqui por serem exclusivamente masculinas: Melhor Ator Principal e Melhor Ator Coadjuvante).

Como destacamos no texto “Quem são as mulheres indicadas no Oscar 2019?”, até o ano passado, uma única mulher negra havia vencido em uma categoria que não fosse de atriz ou de atriz coadjuvante (Irene Cara, que em 1984 ganhou o prêmio de Canção Original).

Em 2019, Ruth E. Carter e Hannah Beachler fizeram história ao receberem, respectivamente, as estatuetas de Figurino e Direção de Arte pelo trabalho em Pantera Negra, tornando-se as primeiras mulheres negras a vencerem em suas categorias e acompanhando Irene Cara nas estatuetas que não são de atuação. Quem não sabia desses detalhes, não pôde comemorar o feito com a intensidade que merecia.

Para evitar que isso aconteça, conheça antes da premiação quem são as indicadas de 2020 e quem tem possibilidade de fazer história este ano (adiantamos que, devido à ausência de mulheres em algumas das categorias principais, 2020 não promete muitas mudanças, apesar de algumas exceções):

Direção (0)

Destaque: A primeira mulher indicada nesta categoria foi a italiana Lina Wertmüller, em 1977, com o filme Pasqualino sete belezas. Lina foi na época indicada a Melhor Direção e Melhor Roteiro Original, mas não levou nenhum dos prêmios. Em 2019, ela recebeu o Oscar Honorário pelo conjunto da obra.

Lina Wertmüller

Apenas outras quatro mulheres foram indicadas em quase um século de premiação e, até hoje, a única a ter recebido o Oscar de Direção é Kathryn Bigelow, por Guerra ao terror (2010). Infelizmente, em 2020 não há nenhuma chance de alterar esse histórico.

Melhor Filme (9)

Ford vs Ferrari – Jenno Topping (produtora)

O irlandês – Jane Rosenthal e Emma Tillinger Koskoff (produtoras)

Coringa – Emma Tillinger Koskoff (produtora)

Adoráveis mulheres – Amy Pascal (produtora)

1917 Pippa Harris e Jayne-Ann Tenggren (produtoras)

Era uma vez em Hollywood – Shannon McIntosh (produtora)

Parasita – Kwak Sin Ae (produtora)

Destaque: Dos nove filmes indicados, apenas Adoráveis Mulheres é dirigido por uma mulher, Greta Gerwig. O longa é uma adaptação do livro Mulherzinhas, da autora Louisa May Alcott, publicado em 1868. A obra teve adaptações audiovisuais em 1933 (diretor George Cukor), 1949 (diretor Mervyn LeRoy), 1994 (diretora Gillian Armstrong) e 2018 (diretora Clare Niederpruem). A versão de 2019 recebeu outras cinco indicações ao Oscar, mas ficou fora da categoria de direção.

Cena de Adoráveis Mulheres

Cabe destacar que a Academia lista como indicados na categoria de Melhor Filme apenas os produtores de cada obra. Curiosamente, dentre as obras indicadas a Melhor Filme, todos os diretores homens foram também produtores em seus longas-metragens. Apenas Greta Gerwig não acumulou a função de direção e produção, sendo a produtora do filme a Amy Pascal. 

E detalhe: Emma Tillinger Koskoff tem duas chances, concorrendo por O irlandês e por Coringa na mesma categoria.

Documentário em Longa-metragem (7)

Democracia em vertigem – Petra Costa e Joanna Natasegara (produtora)

For Sama – Waad al-Kateab

Honeyland – Tamara Kotevska

American factoryJulia Reichert

The caveSigrid DyekjærKirstine Barfod (produtoras)

Destaque: A categoria de Documentário em Longa-Metragem está dominada por mulheres este ano. Apenas um dos cinco filmes que concorrem ao prêmio foi dirigido por um homem e, mesmo assim, se The cave vencer, as produtoras Sigrid Dyekjær e Kirstine Barfod receberão o Oscar. 

Ainda assim, torcemos para que o vencedor seja um dos quatro filmes dirigidos por mulheres. E, mais do que isso, impossível não torcer pelo brasileiro Democracia em vertigem, da diretora mineira Petra Costa, que retrata o cenário político do Brasil nos últimos anos, a partir do processo de impeachment da ex presidenta Dilma Rousseff.

Petra Costa com a câmera em Democracia em Vertigem
Petra Costa em Democracia em Vertigem

Essa foi a primeira indicação exclusivamente brasileira na categoria de documentário, tendo o país concorrido antes com duas co-produções: Raoni, co-direção do brasileiro Luiz Carlos Saldanha com o belga Jean-Pierre Dutilleux; e Lixo extraordinário, da diretora britânica Lucy Walker. O Brasil não levou nenhum dos dois prêmios.

Com filmes exclusivamente brasileiros, o país já concorreu nas seguintes categorias: Melhor Filme Estrangeiro, com as obras O pagador de promessas (1963), O quatrilho (1996) e O que é isso, companheiro? (1998); Melhor Curta-Metragem em live action, com o filme Uma história de futebol (2001); Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhor Fotografia pelo longa Cidade de Deus (2004); e Melhor Filme de Animação, por O menino e o mundo (2016). Nenhum deles venceu.

Todas as obras brasileiras indicadas até este ano foram dirigidas por homens. Dessa forma, Petra Costa tornou-se a primeira diretora brasileira a concorrer ao Oscar com um filme exclusivamente brasileiro (sem co-produção). E mais do que isso! Se ganhar, ela será a primeira brasileira, dentre homens e mulheres, a receber o Oscar pelo Brasil.

A única brasileira que já chegou perto desse feito foi a diretora de arte ítalo-australiana-brasileira, Luciana Arrighi, que venceu o prêmio de Direção de Arte em 1993 pela obra Howards end. O filme vencedor, no entanto, não era brasileiro, e sim uma co-produção entre Reino Unido, Estados Unidos e Japão.

Documentário em Curta-metragem (6)

Learning to skateboard in a warzone (if you’re a girl) – Carol Dysinger e Elena Andreicheva

Life overtakes me – Kristine Samuelson

St. Louis Superman – Smriti Mundhra

Walk Run Cha-cha – Laura Nix e Colette Sandstedt

Destaque: Assim como na categoria de Melhor Documentário em Longa-metragem, nos curtas as mulheres se destacam. Apenas um dos filmes (In the absence) não tem nenhuma mulher na direção.

Learning to skateboard in a warzone (if you’re a girl) aborda a realidade de muitas meninas do Afeganistão que não têm permissão de praticar esportes por questões culturais e religiosas. O filme acompanha uma turma feminina em uma organização não lucrativa que dá aulas de skate em Kabul desde 2007. Ao mesmo tempo, a organização dá aulas de reforço das disciplinas escolares, ajudando as meninas a continuarem seus estudos e a se empoderarem por meio dos desafios do esporte e do conhecimento.

Life overtakes me mostra a realidade de centenas de crianças refugiadas que, sobrecarregadas com traumas e medos, entram em um estado similar ao coma chamado de Síndrome da Resignação. Os médicos compreendem que a síndrome é gerada quando o mundo é tão terrível que a criança se fecha dentro de si própria, desconectando as partes conscientes de seu cérebro. A misteriosa doença foi diagnosticada apenas na Suécia e afeta só as crianças refugiadas, sendo por isso considerada não apenas um caso de saúde, mas uma questão política.

St. Louis Superman conta a história de Bruce Franks Jr., um rapper, ativista e representante do estado de St. Louis, Missouri, onde é conhecido como Superman. O documentário investiga a vida dessa figura política considerada um dos principais jovens líderes dos Estados Unidos.

Walk Run Cha-cha retrata duas pessoas que perderam sua juventude por conta da Guerra do Vietnã e que, depois de quarenta anos, tentam se reencontrar fazendo aulas de dança.

Atriz principal (5)

Cynthia Erivo – Harriet

Scarlett Johansson – História de um casamento

Saoirse Ronan – Adoráveis mulheres

Charlize Theron – O escândalo

Renée Zellweger – Judy: Muito além do arco-íris

Destaque: EGOT é o termo utilizado para indicar as quatro principais premiações do entretenimento norte-americano: Emmy, Grammy, Oscar e Tony, que premiam respectivamente nas áreas de televisão, música, cinema e teatro. Quando um artista ganha os quatro prêmios é chamado de EGOT.

Cynthia Erivo foi indicada ao Oscar deste ano tanto como Melhor Atriz Principal quanto por Melhor Canção Original (Stand Up), tendo duas chances de alcançar seu EGOT. Ela venceu o Tony, o Grammy e o Emmy por seu papel como Celie, no revival da Broadway da obra A cor púrpura. Se vencer no Oscar dia 9 de fevereiro, se tornará a pessoa mais jovem (33 anos) a conquistar o EGOT e também a artista a consegui-lo mais rápido.

Cynthia Erivo em Harriet

Renée Zellweger já recebeu o Oscar por sua atuação em Cold Mountain (2004), além de ter sido indicada por Chicago (2003) e O diário de Bridget Jones (2002). Longe da premiação há anos, ela surge como a favorita em 2020 ao interpretar Judy Garland, uma das maiores estrelas da Era de Ouro de Hollywood.

No mesmo ano em que Renée foi premiada como atriz coadjuvante, Charlize Theron recebeu o Oscar de atriz principal pelo filme Monster – Desejo assassino.

Saoirse Ronan ainda não recebeu a estatueta, mas tem sido comparada com Meryl Streep por compor a lista de indicados quase todos os anos. A jovem foi indicada em 2008 por Desejo e reparação, em 2016 por Brooklyn, em 2018 por Lady Bird (com o qual ganhou o Globo de Ouro) e em 2020 por Adoráveis mulheres.

Essa é a primeira vez que Scarlett Johansson é indicada ao Oscar e já na estreia foi indicada em duas categorias. Ela concorre como atriz principal pelo filme História de um casamento e como atriz coadjuvante por Jojo Rabbit. Muitas críticas foram direcionadas a essa indicação dupla, enquanto Lupita Nyong’o ficou fora da premiação mesmo com o destaque de sua performance no filme de terror Nós, do diretor Jordan Peele.

Atriz coadjuvante (5)

Laura Dern e Scarlett Johansso em História de um casamento

Kathy Bates (O caso Richard Jewell)

Laura Dern (História de um casamento)

Scarlett Johansson (Jojo Rabbit)

Florence Pugh (Adoráveis mulheres)

Margot Robbie (O escândalo)

Destaque: Laura Dern já foi indicada outras duas vezes (pelo filme As noites de Rose, em 1991, e por Livre, em 2015) e essa pode ser sua chance de finalmente levar a estatueta para casa. Ela destaca-se como a favorita da categoria e ganhou, recentemente, o Globo de Ouro pelo papel de advogada de divórcio no filme da Netflix História de um casamento.

Filme de animação (4)

Como treinar seu dragão 3: o mundo escondido – Bonnie Arnold (produtora)

Klaus – Jinko Gotoh e Marisa Román (produtoras)

Link perdido – Arianne Sutner (produtora)

Destaque: Nesta categoria, recebem o prêmio os diretores e os produtores. Por esse motivo, apesar de nenhum dos filmes indicados ser dirigido por uma mulher, as produtoras também concorrem à estatueta.

Bonnie Arnold já foi indicada ao Oscar de Melhor Animação em 2015 por Como treinar seu dragão 2 e Arianne Sutner em 2017 por Kubo e as cordas mágicas. Jinko Gotoh e Marisa Román receberam suas primeiras indicações este ano.

Jinko Gotoh trabalhou como produtora em O pequeno príncipe e Procurando Nemo e como gerente de produção digital em Fantasia 2000 e Dinossauro.

Direção de fotografia (0)

Destaque: Em 2018, Rachel Morrison tornou-se a primeira – e única – mulher a ser indicada na categoria de fotografia pelo trabalho em Mudbound: Lágrimas sobre o Mississipi. Em 2019 e 2020, voltamos a não ter nenhuma mulher representada nessa área.

Figurino (4)

O irlandês – Sandy Powell

Jojo Rabbit – Mayes C. Rubeo

Adoráveis Mulheres – Jacqueline Durran

Era uma vez em Hollywood – Arianne Phillips

Destaque: Ano passado, Sandy Powell concorreu nesta categoria com dois filmes (A favorita e O retorno de Mary Poppins) e teve a chance de se tornar a terceira figurinista viva a ganhar quatro Oscars, se igualando a Milena Canonero e Collen Atwood. Suas estatuetas anteriores foram por Shakespeare Apaixonado (1998), O Aviador (2004) e A Jovem Victoria (2009). Este ano ela volta a tentar esse feito concorrendo por O irlandês.

Enquanto Mayes C. Rubeo concorre pela primeira vez, Arianne Phillips já concorreu outras duas vezes e Jacqueline Durran está sendo indicada pela sexta vez, tendo vencido em 2013 pelo figurino do filme Anna Karenina.

Montagem (1)

O irlandês – Thelma Schoonmaker

Destaque: Thelma Schoonmaker é uma premiada editora da Argélia que trabalha há 30 anos em parceria com Martin Scorsese, tendo montado todos os seus filmes desde Touro indomável (1980). Ela venceu o Oscar por esse filme, por O aviador (2004) e por Os infiltrados (2006).

Thelma Schoonmaker

Quatro montadores (Thelma Schoonmaker, Ralph Dawson, Daniel Mandell e Michael Kahn) estão empatados com o histórico de três estatuetas e Thelma pode ultrapassar todos os outros este ano, acumulando quatro Oscars e tornando-se a montadora mais premiada da história da Academia.

Filme internacional (1)

Honeyland Tamara Kotevska

Destaque: O filme concorre tanto na categoria de Melhor Documentário quanto na de Melhor Filme Internacional e é a única opção com uma mulher na direção. A diretora é da Macedônia, tem 26 anos e atuou também como diretora e roteirista dos filmes Paw Law, House on a Rocky Road e Free hugs, todos curtas.

Maquiagem e penteado (6)

O escândalo – Anne Morgan e Vivian Baker

Coringa – Nicki Ledermann and Kay Georgiou

1917 – Naomi Donne e Rebecca Cole

Destaque: Até o ano passado, a categoria tinha apenas 3 indicados. Uma das mudanças na edição de 2020 foi aumentar esse número para cinco.

Essa é a primeira indicação de todas as concorrentes.

Trilha sonora original (1)

Coringa – Hildur Guðnadóttir

Destaque: Hildur Guðnadóttir venceu o Globo de Ouro este ano pelo trabalho em Coringa e tornou-se a segunda mulher a receber o prêmio e a primeira a vencê-lo sozinha.

ildur Guðnadóttir

Se ganhar o Oscar este ano, ela será a terceira mulher a fazê-lo. Em 1997, Rachel Portman venceu o prêmio de Melhor Trilha Sonora Original pelo filme Emma e em 1998 Anne Dudley venceu por Ou tudo ou nada.

Apenas outras quatro indicações de mulheres ocorreram depois disso: ainda em 1998, Lynn Ahrens concorreu por Anastasia; Rachel Portman concorreu em 2000 por Regras da vida e em 2001 por Chocolate; e Mica Levi, mais conhecida como Micachu, concorreu em 2017 pelo filme Jackie.

Canção original (3)

I’m standing with you” do filme Superação: o milagre da fé – Diane Warren

Into the unknown” do filme Frozen 2 Kristen Anderson-Lopez

Stand up” do filme Harriet Cynthia Erivo

Destaque: Se Cynthia Erivo vencer, ela não apenas conquistará o EGOT, mas será também a segunda mulher negra a receber o Oscar de Melhor Canção Original. Em 1984, Irene Cara tornou-se a primeira e única (até agora) mulher negra a levar essa estatueta para casa.

Cynthia Erivo que também concorre na categoria Canção Original – “Stand up” do filme Harriet

Kristen Anderson-Lopez já ganhou o Oscar duas vezes, por Frozen 1 e Viva: a vida é uma festa, junto com Robert Lopez. 

Design de produção (direção de arte) (5)

O irlandês – Regina Graves

Jojo Rabbit – Nora Sopková

Era uma vez em Hollywood – Barbara Ling e Nancy Haigh

Parasita – Lee Ha Jun

Destaque: Enquanto todas as outras concorrentes são estreantes na premiação, essa é a oitava vez que Nancy Haigh concorre ao Oscar, tendo vencido em 1992 pelo trabalho em Bugsy.

A primeira mulher a vencer nessa categoria foi Carmen Dillon, uma diretora de arte inglesa que levou o prêmio em 1949 pelo filme em preto e branco Hamlet. A vitória foi dividida com Roger K. Furse.

Uma mulher só voltou a ganhar o prêmio em 1961, quando Julia Heron venceu como decoradora pelo trabalho no filme Spartacus, junto com Russel A. Gausman (decorador) e Harry Horner (diretor de arte).

A primeira vez em que o filme foi integralmente concedido a mulheres foi em 1984, quando as suecas Anna Asp e Susanne Lingheim venceram como diretora de arte e decoradora, respectivamente, pelo filme Fanny e Alexander.

Em 2019, a diretora de arte Hannah Beachler tornou-se a primeira mulher negra a conquistar o prêmio, com o filme Pantera negra.

Curta-metragem de animação (5)

Daughter – Daria Kashcheeva

Hair Love – Karen Rupert Toliver

Kitbull – Rosana Sullivan e Kathryn Hendrickson

Sister – Siqi Song

Detalhe: Hair love foi dirigido por três homens, mas a produtora Karen Rupert Toliver foi indicada junto com um deles. O curta mostra um dia especial na vida de uma garotinha negra, que deseja se arrumar para uma visita muito especial. Ela pede ajuda de seu pai para arrumar o cabelo, deixando exposta a inexperiência dele em lidar com o cabelo crespo da filha. Seguindo um tutorial super especial no computador, cheio de mensagens de empoderamento, os dois vão aprendendo não apenas a fazer o penteado, mas a compreender a beleza do cabelo da protagonista.

Outro curta que tem encantado os espectadores é Kitbull, que conta a história da inesperada amizade entre um gato de rua e um pitbull. O filme foi dirigido e escrito por Rosana Sullivan. A cineasta está na Pixar desde 2011, onde trabalhou nos filmes Universidade Monstros, O bom dinossauro, Piper: Descobrindo o mundo e Os incríveis 2. Sullivan concorreu em 2016 ao Annie Awards em uma categoria que homenageia os destaques em produções de animação por seu trabalho em O bom dinossauro. Kitbull é seu primeiro trabalho na direção e no roteiro de um curta de animação.

Cabe destacar que o vencedor de Melhor Curta de Animação da edição passada foi de uma diretora. Bao, da chinesa Domee Shi, retrata através de metáforas e analogias uma relação entre mãe e filho e os perigos da superproteção.

Curta-Metragem (live action) (2)

Brotherhood – Meryam Joobeur e Maria Gracia Turgeon

A sister – Delphine Girard

Detalhe: Brotherhood retrata o retorno de um filho para casa após uma longa jornada, levando consigo uma misteriosa nova esposa, o que gera conflitos e desconfiança entre a família. A diretora tunisiana Maryam Joobeur foi destaque no TIFF (Toronto International Film Festival), tendo seu filme elencado como um dos Top 10 curtas canadenses para serem assistidos. A produtora Maria Gracia Turgeon foi indicada também no ano passado pelo curta Fauve.

A sister é um curta de drama e suspense que acompanha o mistério envolvendo a protagonista e uma ligação importantíssima para resolver assunto pendentes do passado. Esse é o terceiro curta da francesa Delphine Girard e sua primeira indicação ao Oscar.

Edição de som (1)

1917 – Rachael Tate

Destaque: No ano passado, três editoras de som concorriam e Nina Hartstone foi a vencedora, junto com John Warhurst, pelo filme Bohemian Rhapsody.

Com cinco filmes indicados, a única possibilidade do prêmio de edição de som deste ano ser entregue a uma mulher é se o longa 1917 vencer. 

Mixagem de som (0)

Efeitos visuais (0)

Roteiro adaptado (1)

Adoráveis mulheres – Greta Gerwig

Destaque: Muitas críticas foram feitas à Academia pela ausência do nome de Greta nos indicados à Melhor Direção, após tantos elogios ao seu trabalho e ao reconhecimento do filme em tantas outras áreas (o longa foi indicado nas categorias de Melhor Filme, Roteiro Adaptado, Atriz principal, Atriz coadjuvante, Figurino e Trilha Sonora).

Em 2018, ela foi indicada para Direção e Roteiro Original pelo filme Lady Bird, não tendo vencido em nenhuma das duas categorias.

Esse ano, ela concorre pelo roteiro adaptado da obra semi autobiográfica de Louisa May Alcott. O clássico americano conta a história das irmãs Martch, quatro jovens com personalidades e projetos de vida muito diferentes enquanto crescem em meio à Guerra Civil Americana. A obra retrata os estereótipos de gênero da época, a pressão sobre o casamento e o processo de amadurecimento das quatro irmãs.

Greta Gerwig, que concorre na categoria Roteiro Adpatdo

Em 92 anos de Oscar, apenas oito mulheres receberam o prêmio de roteiro adaptado. Em 2018, Dee Rees fez história ao se tornar a primeira roteirista negra indicada, tendo concorrido pelo trabalho em Mudbound: Lágrimas sobre o Mississipi.

Roteiro original (1)

1917 – Krysty Wilson-Cairns

Destaque: Apenas oito mulheres foram premiadas por roteiros originais (exatamente a mesma quantidade de vencedoras com roteiros adaptados). Foram elas: Muriel Box – O sétimo véu (1947); Sonya Levien – Melodia interrompida (1956); Nancy Dowd – Amargo regresso (1979); Pamela Wallace – A testemunha (1986); Callie Khouri – Thelma & Louise (1992); Jane Campion – O piano (1994); Sofia Coppola – Encontros e desencontros (2004); e Diablo Cody – Juno (2008). As quatro últimas venceram como roteiristas-solo.

Este ano a escocesa Krysty Wilson-Cairns, que concorre junto com Sam Mendes, pode se tornar a nona roteirista desse pequeno clube. Essa é sua primeira indicação.

Por Luciana Rodrigues

É formada em Audiovisual e em Letras Português. Uma brasiliense meio cearense, taurina dos pés à cabeça, apaixonada pela UnB, por Jorge Amado e pelo universo infantil. Aprecia o cult e o clichê, gosta de Nelson Pereira dos Santos e também gosta de novela. E, apesar de muitos dizerem o contrário, acha que essa é uma ótima combinação.

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