Não olhe para cima (Don’t Look Up), dirigido por Adam Mckay, foi indicado em quatro categorias na 94ª edição do Oscar: filme, roteiro original (Adam McKay e David Sirota), trilha sonora (Nicholas Britell) e edição (Hank Corwin). O filme é uma grande crítica ao antropocentrismo e utiliza diversos artifícios para exemplificar as consequências desse comportamento no nosso planeta.
Ele já foi indicado a 80 prêmios, sendo vencedor de dez. Os mais recentes foram: “Filme do Ano” pela AFI Awards, USA 2022 e African-American Film Critics Association (AAFCA); “Melhor conjunto da obra” em San Diego Film Critics Society Awards 2022; e curiosamente o prêmio de “Filme mais decepcionante” no Oklahoma Film Critics Circle Awards 2022.
Não olhe para cima também foi indicado em quatro categorias no Globo de Ouro, recebeu seis indicações no Critics’ Choice Award, e foi o segundo filme mais visto na Netflix (360 milhões de horas assistidas nos primeiros 28 dias de lançamento).
Nas edições anteriores do Oscar, Adam Mckay marcou presença com os filmes Vice e A grande aposta. Este segundo concorreu em 2016 em cinco categorias e levou a estatueta de roteiro adaptado (Adam e Charles Randolph). Em 2019, Vice concorreu a oito prêmios, tendo vencido na categoria de maquiagem e penteados (Greg Cannom, Kate Biscoe e Patricia Dehaney). Na ocasião, fizemos a análise de representação e representatividade do filme Vice. Veja como ele se saiu aqui.
Sinopse geral do filme
De acordo com a percepção do Arte Aberta evitando spoilers
Imagine que dois cientistas (Kate Dibiasky, interpretada por Jennifer Lawrence, e Randall Mindy, interpretado por Leonardo DiCaprio) descobrem que um cometa vai colidir com a Terra e que ele tem a capacidade de extinguir todo o planeta. A missão inicial deles é convencer a autoridade máxima de seu país, a presidenta Orlean (Meryl Streep), de que se trata de uma ameaça real para todo o mundo.
Já é um cenário complicado em condições normais, agora imagine que essa autoridade máxima seja negacionista, com uma rede de conselheiros sem muitas qualificações técnicas, bem nepotista e completamente sem escrúpulos.
Agora imagine que a mídia opera de uma forma em que dá mais importância às fofocas de famosos que a notícias que afetam toda a humanidade. Esses são alguns dos obstáculos presentes na trama, que vão criando um clima angustiante na tentativa de salvar o planeta.
Ao imaginar tudo isso, ou por já ter vivido algo similar (especialmente no Brasil atual), o espectador consegue compreender uma parte das dificuldades que estes dois cientistas vão enfrentar para, basicamente, fazer o óbvio: tentar salvar o planeta Terra.
A ótica de gênero, raça e LGBTQIA+/PcD
A ótica de gênero é bastante acentuada na trama por abordar diversas situações de misoginia. As mulheres são constantemente interrompidas e quando Dibiasky é mais assertiva em relação à gravidade da situação, é considerada bipolar, histérica e provocadora. Por revelar a verdade, ela é silenciada, retirada de circulação e rejeitada até pela família. É considerada uma persona non grata por falar de “política”, mesmo que seja algo que atinge a todos. Por não corresponder às expectativas de aparência que uma mulher “precisa” ter, ela é questionada diversas vezes por Jason, chefe de gabinete e filho da presidenta Orlean. Ele utiliza seu “micro poder” para colocá-la em situação de humilhação, como ao ordenar que ela seja encapuzada na abordagem do FBI. Jason tenta inclusive beijá-la durante a missão de abatimento do cometa, uma atitude extremamente inapropriada e desrespeitosa.
O “salvador da humanidade” (escolhido para representar a salvação perante a mídia) é um homem branco, hétero, homofóbico, racista, sexista, “de outra geração”: o Coronel Benedict Drask (Ron Perlman), “ganhador da medalha da liberdade e sincero patriota” ou “o mercenário que gritou com as crianças”, dependendo de para quem você perguntar. Além disso, o verdadeiro responsável pelas decisões que afetam toda a humanidade acaba sendo o super rico patrocinador da missão, Peter Isherwell (Mark Rylance), homem branco, dono de uma grande empresa de tecnologia, que utiliza todos os artifícios de convencimento para conseguir mais dinheiro, ignorando a gravidade da situação.
A partir do momento que Randall consegue mais atenção e popularidade, ele se envolve sexualmente com a apresentadora de TV Brie Evantee (Cate Blanchett), uma personagem sensual, inteligente, mas que opta por se alienar. Ao ser flagrado com a amante, Randall escolhe abandonar a esposa, June Mindy (Melanie Lynskey), e ficar com Evantee. Entretanto, logo que a situação muda de figura e a popularidade de Randall cai, ela abandona o cientista, que volta para a esposa.
Há uma variedade de personagens não brancos na trama (negros, indianos e amarelos). No entanto, eles têm apenas participações, sendo personagens secundários e de apoio. As ações que mais se destacam e têm efeito na história são reservadas para os personagens brancos, como os dois cientistas que fizeram a descoberta, a Presidenta, e o CEO de tecnologia da BASH, Peter.
O Dr. Teddy Oglethorpe (Rob Morgan) é o personagem não branco que tem mais tempo de tela. Ele é um homem negro, cientista chefe da NASA, mas acaba atuando mais nos bastidores. Apesar de estar no comitê de crise de abatimento do cometa, quando é criado novo comitê ele não participa.
Há uma pequena menção à LGBTQIA+, quando a cantora Riley (Ariana Grande) indica que teve um caso com a amante do namorado, mas a participação dela está mais atrelada ao relacionamento com o rapaz, não apresentando profundidade de sua história.
Não há representação de pessoas PcD (pessoas com deficiência) na trama.
Representatividade (gênero, raça e LGBTQIA+/PcD) na ficha técnica: Direção e Roteiro*
Baseado no F-Rated
A direção é de Adam Mckay e o roteiro original de Adam McKay e David Sirota.
Adam tem carreira como roteirista, diretor, comediante e ator. Como diretor, destacam-se as obras Vice (2018) e A grande aposta (2015). David Sirota é escritor e produtor, conhecido pelos documentários Anos 80: A década que nos criou (2013) e Anos 90 (2018).
A ficha técnica principal (direção e roteiro) é 0% composta por mulheres, 0% por não brancos e 0% LGBTQIA+. Não há menção de Adam e David serem PcD.
Representatividade (gênero, raça e LGBTQIA+/PcD) no elenco principal*
Créditos iniciais/finais
Nos créditos iniciais aparecem 18 nomes: Jennifer Lawrence, Leonardo DiCaprio, Rob Morgan, Jonah Hill, Mark Rylance, Tyler Perry, Timothée Chalamet, Ron Perlman, Ariana Grande, Kid Cudi/Scott Mescudi, Himesh Patel, Melanie Lynskey, Michael Chiklis, Tomer Sisley, Paul Guilfoyle, Robert Joy, Cate Blanchett e Meryl Streep.
Sendo que são 27,78% mulheres, 27,78% não brancos e 5,55% LGBTQIA+, somente com o Kid Cudi abertamente pertencente à comunidade LGBTQIA+.
Em 2015, Cate Blanchett mencionou em entrevista ter tido “experiências homossexuais” quando falava do seu papel no filme Carol, e em live em 2020, Cate disse “I’m a lesbian”, ao que parecia estar lendo os comentários, como não há mais menções evidenciando isso de forma clara, ela não foi indicada como pertencente à comunidade.
Não há menção dos atores serem PcD.
Análise da Representação das Mulheres
Bechdel-Wallace
As mulheres têm nome? Se falam por mais de 60 segundos sobre outro assunto que não seja homens?
Há alguns diálogos entre as personagens com nome no filme, com duração maior do que 60 segundos e com outros assuntos que não sejam homens, principalmente a queda do cometa. Todavia, esses diálogos são sempre em grupo com outras pessoas e não envolvem somente as mulheres. O filme passa no teste, mas há sempre a participação dos homens nas decisões e situações sobre a crise.
Inicialmente no site Bechdel Test (que funciona de forma colaborativa), o filme havia sido avaliado como reprovado no teste por uma comentarista que falava justamente que as conversas são em grupo e que diversas vezes elas são interrompidas de forma misógina. Mas foi refutada por vários comentários, que demonstram que mesmo sendo situações misóginas, o filme segue as regras estabelecidas no teste: as personagens possuem nomes e falam de assuntos que não sejam homens. Esse tipo de situação é uma das motivações de existirem outros testes de representação e representatividade. Afinal, o teste de Bechdel é apenas um primeiro passo e identifica critérios básicos de representação, sem nem mesmo analisar o conteúdo. Apesar do site Bechdel não cronometrar a duração dos diálogos, identificamos que alguns deles ultrapassaram os 60 segundos, sendo assim, aprovado no teste Bechdel na avaliação do Teste Arte Aberta.
Mako-Mori
Tem mulher? Tem arco dramático próprio? O arco dramático é apoiado na narrativa do homem? O arco dramático é apoiado na narrativa de um par romântico?
Aprovado.
Existe uma variedade de mulheres brancas no filme com diversas participações e pouquíssimas mulheres não brancas. A participação de mulheres negras se restringe a poucas cenas, como no comitê do jornalista Adul Grelio, com análise de impacto da notícia dos cientistas no programa de televisão, em que alguns personagens entrevistados representam a população.
As personagens mulheres que se destacam pelo tempo de tela e impacto na narrativa são: a cientista estudante com PhD em Astronomia Kate Dibiasky; a esposa de Randall e dona de casa June; a Presidenta Orlean; a apresentadora do programa de TV de variedades Brie Evanteen; a cantora Riley Bina; e a Dra. anestesista Jacelyn Calder, uma mulher asiática, única não branca desta lista de personagens, que é chefe da NASA, com poucas qualificações técnicas para o cargo que ocupa, além de patrocinadora da Presidenta Orlean.
A história de maior destaque é a de Kate, que tem seu arco dramático desenvolvido desde a descoberta do cometa até sua colisão com a Terra.
Tauriel
Houve mulher(es) com atividade profissional definida? Quão competente são as mulheres em sua atividade profissional (1 a 5 , sendo 1 – muito incompetente e 5 – muito competente) Houve reconhecimento dessa competência?
Aprovado.
5 – Muito competente.
Kate descobriu o cometa e, ao fazer a descoberta, foi muito elogiada e reconhecida pelo professor Randall e pelos demais alunos. Seu reconhecimento foi tanto que o cometa foi nomeado com o seu sobrenome. No decorrer da história, ela é considerada histérica por ser assertiva em relação à gravidade da situação em que se encontram, sendo inclusive sugerido um treinamento midiático para ela. No entanto, isso não tira o mérito da sua descoberta científica.
Representação dos Personagens
Como é a representação dos personagens mulheres (escala de -1 a 3), sendo -1, estereótipos negativos; 0, não tem; 1, personagem de apoio ou com estereótipos; 2, personagens secundários ou com poucos estereótipos; 3, muito bem representada e personagem principal sem estereótipos
3 – Muito bem representada e personagem principal sem estereótipos.
O filme apresenta uma diversidade de personagens femininas. Kate é uma cientista que está muito preocupada com a gravidade da situação e que se vê presa em um mundo que decide deliberadamente ignorar as descobertas da Ciência. O estereótipo de uma cientista pouco sociável é incorporado na sua personalidade, mas ao mesmo tempo ela apresenta diversas outras camadas. Ela não corresponde aos estereótipos comumente associados às cientistas no audiovisual, nem em relação à idade, nem ao estilo, nem aos gostos pessoais.. Ao expressar para o mundo a sua indignação, é tratada como louca e é silenciada. Depois de tantas decepções, ela passa por um grande momento de desistência da humanidade e acaba se conectando a Yule (Timothée Chalamet), um jovem rebelde e religioso. Como ela mesma diz: “a verdade é muito mais deprimente, eles não são nem suficientemente inteligentes para serem tão malignos”. Mas depois que o cometa fica visível, renova a vontade de fazer algo. Kate se envolve na campanha “Olhe Para Cima”, com Randall como principal porta-voz, em oposição à Presidenta, que lidera a campanha “Não Olhe Para Cima”.
A Presidenta Orlean é uma política de partido conservador, que utiliza os artifícios de poder para preservar a sua trajetória, sem escrúpulos morais. Ela se vê em uma situação comprometedora quando fotos íntimas que enviou para o amante (seu candidato à Corte) vazam para a mídia. Ao perceber que está em uma situação desfavorável nas eleições, resolve utilizar a tragédia do cometa em seu benefício, e finalmente agir para salvar o planeta. Quando a última missão falha, ela utiliza a sua influência para se salvar, abandonando inclusive seu filho.
June cuida do lar, do marido, dos filhos adultos e é construída como uma “típica” dona de casa. Surpreende com uma revelação sobre o seu passado, em um ponto crucial do relacionamento com Randall.
Brie é uma apresentadora de jornal popular, carismática, de família muito rica, com três mestrados, fala quatro línguas, inteligente, fútil e manipuladora, que se entedia com o óbvio e está sempre em busca de algo mais interessante.
Análise da Representação de Raça
Mako Mori
Tem personagem não branco? Tem arco dramático próprio? O arco dramático é apoiado na narrativa de um par romântico?
Reprovado.
Dra. Jacelyn Calder (Hettienne Park) é uma mulher asiática, chefe do Centro Espacial Kennedy, anestesiologista e financiadora da presidente Orlean, sua história não é desenvolvida na trama. Jack Bremmer (Tyler Perry) é um homem negro, co-apresentador de programa de televisão com Brie, mas que não apresenta muita informação além de brincar sobre a ex-mulher e ser bastante capitalista. DJ Chello (Kid Cudi) é um homem negro, cantor famoso, namorado da estrela Railey, que demonstra que a traiu de forma deliberada, mas que acaba pedindo-a em casamento em um show midiático. Nenhum deles têm arco dramático na narrativa.
Dr. Teddy Oglethorpe é o personagem não branco que mais tem presença na trama. Ele é um homem negro, que ocupa há 15 anos a função de Chefe do Departamento de Coordenação de Defesa Planetária da NASA. Oglethorpe monta uma estratégia para dar visibilidade à história do cometa e fala com a comunidade científica por baixo dos panos, contrariando as ordens dos superiores. Ele é um exemplo de token negro (uma pessoa-símbolo transformada em ícone representativo de todo o grupo minoritário). Na primeira missão de salvamento da Terra, não é escolhido para compor o comitê da BASH, mas quando é criado o grupo popular “Olhe Para Cima”, ele participa trazendo informações, mas não apresenta arco dramático.
Phillip (Himesh Patel), o namorado egocêntrico de Kate, é um jornalista sensacionalista e de origem indiana. Ele demonstra insatisfação com a falta de dedicação da namorada, e no primeiro momento em que ela é exposta de forma negativa na mídia, faz um artigo e um livro expondo o relacionamento deles.
Apesar da nossa classificação utilizar análise de raça como representação, é importante indicar que tem uma pequena participação de Adul Grelio (Tomer Sisley), um jornalista de origem hebraica, recomendado pelo namorado de Kate para tentar dar visibilidade à história do cometa. Ao perceber a recepção negativa do público e entender que a NASA não está apoiando, ele resolve não seguir com a história.
Representação dos Personagens
Como é a representação dos personagens não-brancos (escala de -1 a 3), sendo -1, estereótipos negativos; 0, não tem; 1, personagem de apoio ou com estereótipos; 2, personagens secundários ou com poucos estereótipos; 3, muito bem representado e personagem principal sem estereótipos
2 – Personagens secundários ou com poucos estereótipos.
Dr. Teddy Oglethorpe, apesar de ter participação nos bastidores da trama, é um personagem secundário.
Uma cena que chamou atenção foi a abordagem policial que os cientistas sofrem do FBI. Com Randall, foi uma abordagem mais tranquila, com Kate, foi bem agressiva, usando inclusive um capuz (a mando do filho da Presidenta e chefe de seu gabinete). Diferente do que aconteceu com os demais, Teddy foi obrigado a deitar no chão. Ele faz uma óbvia referência ao racismo histórico das abordagens policiais e fala “fica calmo, só tenho mais pigmentação na pele que você. Seus ancestrais migraram para o norte da Europa e desenvolveram uma pele mais clara”, demonstrando que por ele ser um homem negro neste tipo de situação, é necessário um maior cuidado para que a abordagem não se transforme em uma tragédia.
Análise da Representação LGBTQIA+
Mako Mori
Tem personagem LGBTQIA+? Tem arco dramático próprio? O arco dramático é apoiado na narrativa de um par romântico?
Reprovado
Apesar da celebridade Riley citar um envolvimento com a amante de seu namorado, demonstrando que pode pertencer ao grupo LGBTQIA+, ela não consegue construir um arco dramático independente. Mesmo quando tenta divulgar seu novo single e certo impacto “social” do mesmo, a mídia só se interessa pelo seu relacionamento com o DJ. Ela e seu namorado acabam tendo um certo papel na narrativa na tentativa de alertar o público em relação ao cometa, ao fazer um show que dá espaço aos cientistas para divulgarem os perigos que estão correndo.
Representação dos Personagens
Como é a representação dos personagens LGBTQIA+ (escala de -1 a 3), sendo -1, estereótipos negativos; 0, não tem; 1, personagem de apoio ou com estereótipos; 2, personagens secundários ou com poucos estereótipos; 3, muito bem representado e personagem principal sem estereótipos)
1 – Personagem de apoio ou com estereótipos.
A cantora Riley é uma personagem de apoio.
Análise da Representação PcD (Pessoa Com Deficiência)
Mako-Mori – Tem personagem PcD? Tem arco dramático próprio? O arco dramático é apoiado na narrativa de um par romântico?
Reprovado.
Não há representação de PcD (Pessoa com Deficiência).
Representação dos Personagens
Como é a representação dos personagens PcD (escala de -1 a 3), sendo -1, estereótipos negativos; 0, Não tem; 1, personagem de apoio ou com estereótipos; 2, personagens secundários ou com poucos estereótipos; 3, muito bem representado e personagem principal sem estereótipos)
0 – Não tem.
Resumo do Teste Arte Aberta
Representatividade
Representatividade (gênero, raça e LGBTQIA+/PcD) na ficha técnica (Direção e roteiro)
Representatividade (gênero, raça e LGBTQIA+/PcD) no elenco principal (Atores e atrizes)
Representação
Estrelas Arte Aberta: 2
*Caso alguém discorde de alguma classificação da equipe (Roteiro e Direção) ou do elenco principal nos procure para que possamos analisar
Uma resposta em “Elas no Oscar 2022: Não olhe para cima | Teste Arte Aberta”
[…] da aplicação do Teste Arte Aberta nas obras que concorreram ao Oscar de 2022, fizemos uma pequena revisão nos cálculos das notas. Com isso, trazemos um Teste Arte Aberta […]