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Representação no Audiovisual: Teste Kent

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Em 2018, no dia Internacional da Mulher, o Equality for HER anunciou o lançamento do  The Kent Test, criado pela crítica e escritora nigeriana-americana Clarkisha Kent.

O teste busca oferecer uma forma de medir a participação das mulheres nas histórias. Mais especificamente, busca fornecer uma medição mais aprofundada de como as mulheres não-brancas são retratadas. 

Pontuação

São oito perguntas que adicionam pontos à obra:

  • 7 – 8 pontos: contém forte representação de mulheres não-brancas;
  • 5 – 6 pontos: contém representação razoável de mulheres não-brancas;
  • 3 – 4 pontos: contém uma representação medíocre de mulheres não-brancas; 
  • 1 – 2 pontos: contém representação patética de mulheres não-brancas; e
  • 0 pontos: contém péssima representação de mulheres não-brancas.

Perguntas

Os pontos que devem ser respondidos sobre as personagens femininas e não-brancas presentes na trama são:

  1. Não é apenas um estereótipo?
  2. Tem seu próprio enredo / arco narrativo?
  3. Não está incluída na narrativa apenas com o propósito de ajudar um personagem masculino e a história dele?
  4. Não está incluída na narrativa apenas para sustentar uma personagem feminina branca?
  5. Não está na obra apenas para o propósito de fetichização?
  6. Deve ter pelo menos uma interação com outra mulher não-branca.
  7. Caso exista  interação com outra mulher não-branca, um ponto extra será adicionado se essas mulheres não forem parentes.
  8. Não deve ser “sacrificada” por algum objetivo alheio a ela própria.

Teste Kent em Bridgerton e Doces Magnólias

Chelsea Candelario do portal Purewow resolveu aplicar este teste nas primeiras temporadas das séries Bridgerton e Doces Magnólias da Netflix. 

Em Bridgerton, ela acompanhou as personagens: Lady Danbury, Marina Thompson e Queen Charlotte. Em  Doces Magnólias  a personagem analisada foi Helen Decatur.

Segundo a sua análise, Bridgerton recebe 4,5, ficando na escala de pontuação medíocre para mulheres não-brancas na primeira temporada. Chelsea indica que embora a série seja inclusiva, ainda precisa que essas personagens se desenvolvam nas próximas temporadas e sejam adicionadas ainda mais mulheres negras aos papéis principais de forma que elas não estejam lá só para criar catástrofes. 

mulheres não-brancas: Bridgerton

Por outro lado, Doces Magnólias consegue oito pontos e se destaca com forte representação. Chelsea atribui esta nota pela atenção dada a todas as personagens.

mulheres não-brancas: Doces Magnólias

No portal de Clarkisha Kent também há pontuação de algumas obras avaliadas no teste, dentre elas estão: Ataque dos Cães (2021) – nota 0, Viúvas (2018) – nota 8 e Tudo o Que Sonhei (2006) – nota 8.

mulheres não-brancas: Viúvas

Clarkisha Kent

Clarkisha Kent, criadora do Teste Kent, é uma autora comprometida em contar histórias inclusivas através de pontos de vista únicos com o objetivo de tornar o mundo seguro. Kent se apresenta como “uma mulher negra, gorda, bissexual, portadora de deficência”, tendo a sua escrita se destacado em veículos como Entertainment Weekly, Essence, The Root, BET, PAPER, HuffPost, MTV News, Wear Your Voice Magazine e outros. 

Atualmente, Kent está em pré-lançamento do seu livro Fat Off, Fat On: A Big Bitch Manifesto sobre a sua jornada de aceitação em uma sociedade heterormativa e excludente.

mulheres não-brancas: Clarkisha Kent

Por Natália Brandino

Tem a mania de analisar, segmentar, e planejar. Mas também de conversar de séries e bobagens da vida. Não se engane com a seriedade aparente da capricorniana que sempre se esconde atrás de um livro.

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