Em 1996, o dia 29 de agosto ficou marcado pelo 1º SENALE – Seminário Nacional de Lésbicas (atualmente SENALESBI, para incluir desde o nome as mulheres bissexuais).
O encontro ocorreu no Rio de Janeiro e reuniu mulheres lésbicas e bissexuais para discutir direitos, representatividade, visibilidade e políticas públicas, além de propor ações e estratégias para uma atuação conjunta. Desde então, 29 de agosto foi escolhido como Dia da Visibilidade Lésbica e Bissexual.
Por falar em visibilidade e representatividade, comemorando os 26 anos da data, indicamos alguns seriados com personagens lésbicas e bissexuais no elenco principal para acompanhar, amar e shippar.
1 – Tara e Darcy (Heartstopper)
Na primeira temporada do seriado Heartstopper, além do casal protagonista Charlie (Joe Locke) e Nick (Kit Connor), conhecemos Tara (Corinna Brown) e Darcy (Kizzy Edgell), um casal de lésbicas em uma escola só para garotas que inicialmente escondem seu relacionamento porque ainda não se sentiam confortáveis em falar publicamente sobre isso. Para Tara, era especialmente difícil.
Quando elas ficam amigas de Elle, que foi transferida para a escola, o casal acaba revelando a real relação entre as duas!
E a partir daí, elas começam a ficar cada vez mais confortáveis em demonstrar o amor e o carinho que sentem uma pela outra, e de se definirem como lésbicas. Usando essa palavrinha com toda a sua força e importância inúmeras vezes!
2 – Stef e Lena (The Fosters)
As mães mais amadas da televisão. Stef e Lena são casadas e criam 5 filhos adolescentes, o que já permite imaginar o tanto de confusão que há em suas vidas. Além das questões específicas da maternidade, elas lidam com problemas com seus próprios pais, com os desafios profissionais, suas inseguranças e conflitos. Definitivamente as melhores personagens da série.
As duas aparecem também esporadicamente em Good trouble, série derivada de The Fosters, que continua retratando a família Adams-Foster ao longo da vida adulta de seus filhos. Cabe registrar que seria incrível se um novo spin off fosse criado para focar nas vidas das personagens Stef e Lena. Nós maratonaríamos com certeza! E vocês?
3 – Leighton e Alicia (A vida sexual das universitárias)
Leighton é uma das protagonistas da série A vida sexual das universitárias, da criadora Mindy Kaling. Na obra, 4 jovens iniciam sua experiência na universidade e precisam dividir o quarto com colegas desconhecidas. Leighton é herdeira de uma família rica e elitista e no início parece superficial, esnobe e muito reservada. Com o passar dos episódios, o espectador compreende que a personagem é muito mais complexa do que parecia à primeira vista.
Leighton sofre com o peso das expectativas da família e não conta para ninguém que gosta de mulheres. No campus, os calouros estão ansiosos para se distanciar dos pais e poder vivenciar sua sexualidade de forma livre. Todos falam sobre sexo o tempo inteiro e as colegas de apartamento vivem suas próprias aventuras, tirando dúvidas e compartilhando histórias boas e ruins umas com as outras. Enquanto isso, Leighton passa por suas experiências de forma solitária, sem sentir que pode se abrir com as novas amigas.
Ao vandalizar o campus, durante uma noite de bebedeira, Leighton é penalizada com a obrigação de cumprir serviço comunitário. Ela é forçada a trabalhar em um centro de apoio a questões de gênero, onde conhece várias universitárias engajadas e feministas. Em um primeiro momento, a diferença entre elas é gritante e Leighton as trata com deboche e distanciamento. Com o tempo, vai participando das atividades e aprendendo a valorizar a companhia daquelas pessoas com quem achava que não tinha nada em comum.
Nesse espaço, ela conhece Alicia e as duas se apaixonam, mas Leighton ainda não está pronta para sair do armário e assumir seu relacionamento. Ela aprende que o início da vida adulta vai muito além de ter novas experiências e novas relações e exige amadurecimento, amor próprio e uma boa dose de autoconhecimento.
4 – Anne a Ann (Gentleman Jack)
Depois de anos morando fora, Anne Lister retorna para a pequena cidade inglesa de West Yorkshire. Ela choca a comunidade conservadora com suas roupas masculinas, sua assertividade e a liderança nos negócios da família. Todos ficam especialmente escandalizados com seu envolvimento com outras mulheres e ela é considerada uma má influência para as moças da região.
Ann Walker é uma jovem solitária, que aparenta fragilidade e é manipulada há anos pela família, que usa sua herança em proveito próprio. Em um primeiro momento, a beleza de Ann desperta o interesse de Anne, que tenta conquistá-la e vislumbra a possibilidade de enfrentar a sociedade e se casar com uma mulher. Menosprezada por todos, Ann demonstra ser muito mais corajosa e complexa do que a sociedade (e ela própria) imaginava.
A série é baseada na história real de Anne Lister e foi criada a partir de diários que ela manteve durante anos.
5 – Nomi e Amanita (Sense 8)
Nomi faz parte do grupo de sensates que protagoniza a série e ajuda o clã com seus conhecimentos como hacker. Ela é uma mulher trans que vive em San Francisco com a namorada Amanita e se vê de repente compartilhando emoções, pensamentos e habilidades com outras sete pessoas que nunca viu na vida. Outros protagonistas têm pares românticos fora do clã, mas Amanita é a única que sabe o que está realmente acontecendo com sua namorada e a apoia e ajuda em todas as investigações e perigos, sem nunca duvidar ou hesitar.
6 – Piper e Alex (Orange is the new black)
Piper e Alex já passaram por diversas fases em seu relacionamento, incluindo traição, incriminação e condenação. Ao se re-encontrarem na cadeia, precisam aprender a lidar com a raiva e com a culpa para que possam conviver pacificamente. Em meio a uma pequena multidão, com rebeliões, lutas de gangues e tantas outras situações, os antigos problemas vão sendo resolvidos e o casal vai se fortalecendo, enquanto Piper reflete sobre sua própria identidade e sobre o que espera para sua vida ao sair da prisão.
7 – Callie e Arizona (Grey’s Anatomy)
No “Grey Sloan Memorial Hospital”, as mulheres chefiam a maioria das equipes e destacam-se em quase todas as especialidades. Callie e Arizona foram, por muito tempo, chefes de Ortopedia e Pediatria, respectivamente. Com carreiras de sucesso, a formação de uma família e a ocorrência de tantos acidentes, traumas e problemas (como só em Grey’s Anatomy acontece), esse casal passou por muita coisa.
8 – Santana e Brittany (Glee)
Na série musical queridinha dos adolescentes, Santana e Brittany são líderes de torcida no William McKinley High School, onde participam de competições de coral. Santana foi apresentada inicialmente como antagonista e como personagem secundária, mas seu arco narrativo foi crescendo a cada temporada. Agressiva e sarcástica, ela guarda muita raiva dentro de si e lida com conflitos internos gerados pela não aceitação de sua sexualidade. Retirada do armário à força, ela sofre com o preconceito em casa e na escola. Santana é apaixonada por sua melhor amiga, Brittany, uma jovem doce e extremamente ingênua, muitas vezes subestimada pela maioria dos colegas. O romance das duas vai e volta ao longo das temporadas e tornou-se um dos maiores ships de Glee, ficando conhecido como Brittana.
Com a colaboração de Lina Távora e Risla Miranda