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#52FILMSBYWOMEN: 52 filmes dirigidos por mulheres assistidos pelo Coletivo Arte Aberta

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Em outubro de 2015, a associação Women in Film (WIF)/Los Angeles lançou a campanha #52FilmsByWomen, que partia da seguinte premissa: “você assistiria a um filme por semana dirigido por mulheres por um ano?”. Entraram oficialmente neste compromisso, até agora, mais de 11 mil pessoas, além de tantas outras pessoas e entidades que usam a hashtag para promover o cinema de diretoras mulheres.

O coletivo Arte Aberta adere à campanha, afinal, tem tudo a ver com a nossa missão de promover, dar visibilidade e questionar o papel da mulher no audiovisual – a sua representação nas telas e as diversas funções que exerce na realização das obras. O compromisso é, então, assistir e postar, semanalmente, um filme de longa-metragem, dirigido por mulher, podendo ser codireção com homens, nacional ou internacional, podendo ser lançamento ou mais antigo. Divulgaremos sempre às quartas-feiras, e manteremos no nosso portal (www.arteaberta.com) a lista com todos os filmes que entrarem na campanha.

Resolvemos aplicar, a cada filme,  “teste de Bechdel” e o “Selo F” – já falamos sobre os dois aqui! O filme é “aprovado” no teste de Bechdel se responder positivamente a três perguntas: (1) existem duas mulheres – com nomes – no filme? (2) elas conversam entre si, (3) sobre qualquer coisa que não seja homens?. O filme recebe o Selo F se tiver diretoras mulheres, roteiristas mulheres ou apresentem personagens mulheres importantes e complexas. Se a obra possuir as três categorias, recebe o “triple F”.

52/52 – As melhores coisas do mundo, de Laís Bodanzky

Cartaz do filme. Três rapazes e uma menina sorriem e se abraçam. Abaixo deles o título do filme As melhores coisas do mundo.

Para encerrar o nosso ciclo de filmes com direção de mulheres assistidos pela equipe do Arte Aberta, indicamos o filme nacional de temática adolescente As melhores coisas do mundo, de Laís Bodanzky.

Mano e Pedro são irmãos e acabam de passar por uma recente separação dos pais devido a um novo amor do pai: Fernando. Durante essa ruptura da estrutura familiar, Pedro, o irmão mais velho, vê seu namoro acabar e enfrenta uma depressão. Mano completamente incomodado com a situação do pai, lida também com as suas primeiras experiências sexuais, em uma escola cheia de intrigas e fofocas. É um filme protagonizado por meninos no auge dos hormônios e incertezas da idade. Trata de descoberta sexual, amizade, cyberbullying, bullying, depressão, suicídio, homossexualidade, drogas lícitas, sentimento de pertencimento, mudança, relação entre aluna e professor, relacionamento abusivo, separação, traição.

Nesse contexto, as personagens femininas que mais participam da vida deles são: a mãe dos meninos, Camila, que tenta lidar com essa nova situação e as mudanças dos filhos; a namorada de Pedro, Bia, que se vê sufocada pelas cobranças abusivas do rapaz; a melhor amiga de Mano, Carol, que tem uma paixão pelo professor; e Valéria, que se relaciona com Mano, e tem sua vida exposta pelo cyberbullying praticado na escola.

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Laís Bodanzky) √
  • Presença de roteirista mulher: Luiz Bolognesi X (mas é inspirado na série de livros de Heloisa Prieto e Gilberto Dimenstein)
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

51/52 – Aos teus olhos, de Carolina Jabor

Cartaz do filme. O ator Daniel de Oliveira está de perfil, muito sério e sem camisa. Abaixo dele o título do filme Aos teus olhos.

Rubens é professor de natação em um clube infantil e sempre foi o preferido de todos, extrovertido, carinhoso e atencioso. Tudo muda quando um de seus alunos conta à mãe que ele agiu de forma inadequada. Tem início então um ciclo de investigação, dúvidas e tensão que esbarra nos perigos da justiça com as próprias mãos, da propagação de acusações através da internet e na necessidade primordial de proteger as crianças.

  • Bechdel Test: Não X
  • Presença de diretora mulher: Sim (Carolina Jabor) √
  • Presença de roteirista mulher: Não (Lucas Paraizo) X
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Não X

50/52 – Tudo e todas as coisas (Everything, Everything), de Stella Meghie

Olly e Maddie estão frente a frente com um vidro entre eles. Cada um do seu lado, eles encostam as mãos no vidro como se tocassem um no outro. Abaixo deles o título do filme em inglês: Everything, everything.

Quando bebê, Madeline foi diagnosticada com um tipo raro e agressivo de Síndrome da Imunodeficiência Combinada, que afeta seu sistema imunológico e faz com que coisas simples, como sair de casa, sejam muito perigosas para a jovem. Aos 18 anos, ela vive sem contato com o exterior, convivendo apenas com a mãe, a enfermeira e sua filha. Tudo muda quando um novo vizinho chega para morar na casa ao lado e intensifica sua vontade de conhecer o mundo e se aventurar.

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Stella Meghie) √
  • Presença de roteirista mulher: Não (J. Mills Goodloe) X
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

49/52 – A cidade onde envelheço, de Marília Rocha

Cartaz do filme. Em traços finos de caneta, duas mulheres estão de costas e seus cabelos estão parcialmente soltos e bagunçados. Acima delas está o título do filme A cidade onde envelheço.

O longa-metragem acompanha o encontro de duas amigas portuguesas em Belo Horizonte. Uma de chegada e uma, de surpresa, de volta a sua cidade natal, Lisboa.

O filme é um cinema de poesia, que se aproxima dos corpos e sentimentos de seus personagens, sem a preocupação de dar explicações ao espectador. Confira nossa crítica do filme aqui.

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Marília Rocha) √
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Marília Rocha, Thais Fujinaga e João Dumans) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

48/52 – O caso Rachel Dolezal (The Rachel divide), de Laura Brownson

Cartaz do filme. Apresenta o título em inglês The Rachel Divide. Ao fundo está o recorte de um rosto de perfil todo preto, como se fosse uma sombra em uma parede branca.

Documentário sobre a polêmica Rachel Dolezal, ativista norte-americana, militante da causa negra, membro do NAACP, que se apresenta como mulher negra e que foi colocada nos holofotes como uma fraude. Apontada como branca sob disfarce e como mentirosa, Rachel suscitou a raiva de muita gente. O filme perpassa diversas camadas da questão, como identidade, negritude, auto declaração, apropriação cultural, privilégio branco e o conceito de transracismo, girando em torno da pergunta: o que de fato é ser negro?

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Laura Brownson) √
  • Presença de roteirista mulher:  Sim (Laura Brownson e Jeff Seymann Gilbert) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

47/52 – Dear Zindagi (2016), de Gauri Shinde

Cartaz do filme. Em uma estrada estreita, em meio a muitas árvores, um homem e uma mulher estão parados com suas bicicletas. Acima deles está o título do filme em inglês Dear Zindagi

Em Dear Zindagi, Kaira é uma diretora de fotografia competente em busca de seu sucesso profissional. Porém, acaba sendo expulsa de seu apartamento por ser solteira (é isso mesmo que você leu) e é obrigada a voltar a sua cidade natal. Sem conseguir assumir compromissos em relacionamentos e após um decepção nesta área, ela acaba resolvendo fazer terapia com um psiquiatra não convencional que conhece por acaso. Kaira vai, assim, encarar sua história e seus medos e, na imperfeição da vida, encontrar o seu caminho.

Gauri Shinde também dirigiu e roteirizou os filmes English Vinglish (2012) e Oh Man! (2001).

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Gauri Shinde) √
  • Presença de roteirista mulher:  Sim (Gauri Shinde) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

46/52 – Janis: little girl blue (2015), de Amy Berg

Janis Joplin está em pé, virada para a câmera e sorrindo. Em frente ao seu corpo está o título do filme Janis, Little Girl Blue.

Da menina que se sentia desajustada e marginalizada à ícone do rock. Janis: little girl blue, de Amy Berg, consegue construir uma cinebiografia complexa e emocionante, abordando, por meio de imagens, vídeos, cartas e depoimentos, a curta, porém intensa, vida de Janis.

Amy Berg dirigiu também outros importantes – e impactantes – documentários, como Livrai-nos do Mal (2006) e West of Memphis (2012).

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Amy Berg) √
  • Presença de roteirista mulher:  Sim (Amy Berg) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

45/52 – Como esquecer, de Malu De Martino

Cartaz do filme "Como esquecer". A imagem está dividida em duas. Na parte de cima três amigos dormem próximos uns dos outros. São duas mulheres e um homem. Na imagem de baixo, uma mulher de costas caminha por um cais. Acima dela está o título do filme Como esquecer.

Júlia (Ana Paula Arosio) é uma professora de literatura inglesa, de 35 anos, que luta para reconstruir sua vida depois do fim do relacionamento amoroso com Antônia. Em meio a uma série de conflitos internos e diante da necessária readaptação para uma nova vida, não disfarça sua dor enquanto narra suas emoções. Ao longo do filme, ela vai encontrando e se relacionando com outras pessoas que também estão vivendo, cada uma a seu modo, a experiência de ter perdido algo muito importante em suas vidas. Esta é a trama de “Como Esquecer”, de Malu De Martino (2010).

A presença dessas personagens e das temáticas abordadas é bastante rica, o filme poderia, porém, utilizar menos a voz em off e deixar o espectador desvendar os sentimentos da protagonista sem tantas explicações.

Malu De Martino dirigiu, ainda, os longas: a ficção Mulheres do Brasil (2006) e o documentário  Margaret Mee e a Flor da Lua (2012).

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Malu De Martino) √
  • Presença de roteirista mulher:  Sim (Sabina Anzuategui; Silvia Lourenço; Douglas Dwight; Luiza Leite; Daniel Guimarães. Roteiro versão final: José Carvalho) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

44/52 – Assumindo a direção (Learning to drive), de Isabel Coixet

Uma mulher branca e loira sorri na frente de um taxi. Atrás do taxi está um homem indiano de turbante e gravata.

Ao separar do marido, a bem sucedida escritora e crítica literária Wendy (Patricia Clarkson) resolve encarar um medo que era escondido atrás do apoio do marido – o de dirigir. Darwan (Ben Kingsley) é o seu professor, um indiano que conseguiu o green card americano por solicitação de asilo político. A partir desse encontro, nasce uma empatia, uma possibilidade de ver o mundo pelos olhos do outro. O filme está disponível na Netflix.

A espanhola Isabel Coixet possui uma bela cinematografia, tendo dirigido, entre outros, A livraria (2017), A vida secreta das palavras (2005), Minha vida sem mim (2003) e Confissões de um apaixonado (1996).

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Isabel Coixet) √
  • Presença de roteirista mulher:  Sim (Sarah Kernochan) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

43/52 – Minha primeira luta (First Match), de Olivia Newman

Cartaz do filme. Uma jovem negra está com um uniforme esportivo e está sentada com a cabeça baixa, deixando a mostra seu cabelo trançado. Ao fundo, o técnico e outros atletas homens olham para ela. No topo da imagem está o título e o subtítulo do filme em inglês First Match, this is her fight.

Monique (Elvire Emanuelle) está frequentemente sendo expulsa de lares adotivos e tem grandes expectativas para quando reencontrar o pai biológico. Querendo seguir seus passos e deixá-lo orgulhoso, ela entra na equipe de luta livre da escola, que até então era composta apenas por meninos. Enquanto tenta ser aceita pelo pai e pela equipe, a jovem se depara com situações perigosas que exigem que ela se posicione e quebre antigos padrões.

O longa-metragem da Netflix foi lançado este ano e partiu de um curta de 15 minutos da diretora Olivia Newman de 2010. O longa venceu o SXSW Award de 2018 na categoria de melhor roteiro.

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Olivia Newman) √
  • Presença de roteirista mulher:  Sim (Olivia Newman) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

42/52 – Across the universe, de Julie Taymor

No fundo o céu cheio de estrelas. No primeiro plano um morango desenhado e no centro dele um homem e uma mulher com rostos muito próximos. Abaixo deles está escrito o título do filme Across the universe. E no topo da imagem está escrito All you need is love.

Uma história de amor entre Jude e Lucy, ambientada nos anos 1960, roteirizada com músicas dos Beatles e cantada pelas personagens. A estética do filme acompanha as fases do quarteto de Liverpool.

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Julie Taymor) √
  • Presença de roteirista mulher:  Sim (Julie Taymor) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

41/52 – Precisamos falar do assédio, de Paula Sacchetta

Cartaz do filme Precisamos falar do assédio. Abaixo do título há apenas a imagem de uma cadeira vazia.

Na semana da mulher, de 7 a 14 de março de 2016, uma van-estúdio parou em cinco locais diferentes da cidade de São Paulo e outros quatro no Rio de Janeiro. O objetivo era coletar depoimentos de mulheres vítimas de qualquer tipo de assédio. As mulheres que apareciam para contar suas histórias ficavam sozinhas dentro da van durante a gravação, sem qualquer tipo de interlocução ou entrevistador, para que o momento fosse íntimo e de desabafo. Para as que não quiseram se identificar, quatro máscaras estavam disponíveis. Elas representavam os motivos pelos quais as mulheres não queriam mostrar o rosto durante o depoimento: medo, raiva, vergonha e tristeza. Algumas ainda tiveram suas vozes distorcidas. Confira a crítica do documentário aqui.

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Paula Sacchetta) √
  • Presença de roteirista mulher: (não tem referência)

Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √ (mas o filme é centrado nos homens e nos conceitos de masculinidade)

40/52 – A máscara em que você vive (The mask you live in), de Jennifer Siebel Newsom

O cartaz do filme apresenta 12 fotos de meninos com idades variando entre cerca de 7 e 15 anos. Cada um deles em um pequeno quadrado. No centro está o título do filme The mask you live in.

As definições do que é “ser homem” estão fazendo mal não apenas aos nossos meninos, mas a toda a sociedade. É aí que nasce a cultura do estupro, a agressividade, a impossibilidade de sentir empatia. E é preciso mudar TUDO ISSO! O documentário faz parte do http://therepresentationproject.org/

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Jennifer Siebel Newsom) √
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Jessica Anthony, Jessica Congdon e Jennifer Siebel Newsom) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

39/52 – This is the life (2008), de Ava DuVernay

Cartaz do filme. Fundo amarelo e duas pessoas sombreadas com os braços levantados e microfones nas mãos. Entre elas há uma pequena planta e podemos ver suas longas raízes embaixo da terra. Em vermelho estão as palavras This is the life, que é o título do filme. E embaixo a frase How the west was one.

O documentário This is the life, primeiro longa-metragem de Ava DuVernay, disponível na Netflix, conta a história dos MCs do icônico Good Life (que era, na verdade, um supermercado de alimentação natural e café), em Los Angeles, que disponibilizava o espaço e microfones para a cena de hip hop local nas noites de quinta-feira, no início dos anos 1990. A própria cineasta participava deste movimento, com o grupo Figures of speech. O filme traz imagens da época, com uma estética que compõe a caracterização do momento e do movimento. O documentário retoma e valoriza a importância deste movimento para toda a cena do hip hop mundial.

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Ava DuVernay) √
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Ava DuVernay) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

38/52 Lady Bird: É Hora de Voar (Lady Bird) (2017), de Greta Gerwig

Uma menina com o cabelo pintado de vermelho está de lado, virada para a direita. Ela tem uma tiara no cabelo, um colar de pérolas e um vestido de renda. Na parede do fundo há um crucifixo.

Christine, autointitulada de “Lady Bird”, adolescente de classe média da escola católica Xavier, da pequena cidade de Sacramento, almeja um futuro longe dali. Todavia, precisa enfrentar a conturbada fase de problemas financeiros, amizades, descobertas amorosas e sexuais e relações familiares, em especial, com sua mãe: a espinha dorsal da trama. A história tem alguns clichês norte-americanos como, por exemplo, a admiração da menina “popular” da escola, mas apresenta uma diversidade complexa de temas de forma delicada e original.

O filme está com cinco indicações ao Oscar 2018: Melhor Filme, Melhor Roteiro Original e Direção para Greta Gerwig, além de Melhor Atriz para Saoirse Ronan (“Lady Bird”) e Melhor Atriz Coadjuvante para Laurie Metcalf (Marion McePherson, mãe de Christine). E faz parte do especial #ElasNoOscar, onde analisamos todos os filmes que concorrem na principal categoria da premiação sob a ótica feminina e de testes de representatividade. Confira aqui o especial.

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Greta Gerwig) √
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Greta Gerwig) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

37/52 – Todo mundo ama alguém (Everybody loves somebody) (2017) , de Catalina Aguilar Mastretta

Cartaz do filme com o título em espanhol: Todos queremos a alguien. No centro uma mulher de vestido vermelho aponta para um homem a sua direita e outro a sua esquerda.

Clara Barron é latinoamericana e vive esta interculturalidade. Ela é uma médica ginecologista e obstetra bem sucedida. Para acompanhá-la no casamento de seus pais no México, ela convida um colega de trabalho para ser seu “date”. O problema é que um ex-namorado complicado – e que ela ainda não esqueceu – aparece na cerimônia. Nada muito original. O ponto mais interessante do filme é a questão da relação da cultura latina com a norte-americana, inclusive o filme é falado em inglês e espanhol.

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Catalina Aguilar Mastretta) √
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Catalina Aguilar Mastretta) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

36/52 – A escolha perfeita 2 (Pitch Perfect 2), de Elizabeth Banks

Cartaz do filme, onde oito mulheres estão lado a lado, duas delas estão abaixadas. O título é Escolha Perfeita 2

A franquia Pitch Perfect de comédia já está na terceira produção. A primeira, dirigida por Jason Moore, nos apresenta a rebelde Becca, que ao entrar na faculdade não se interessa em participar de atividades extras, até ingressar no grupo musical Barden Bella de cantoras a capela. No segundo filme, a atriz Elizabeth Banks, que aparece nos filmes como uma das juradas dos concursos de música, assume a direção. O filme, apesar de cair em estereótipos e em cenas de comédias fáceis ou pitorescas, apresenta nas telas um grande grupo de mulheres que se apoiam, se divertem e superam juntas as dificuldades.

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Elizabeth Banks) √
  • Presença de roteirista mulher: Não (Kay Cannon) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

35/52 – Bananas is my business, de Helena Solberg

No cartaz do filme está Carmen Miranda com um turbante cheio de frutas.

A história da cantora performática brasileira (mesmo nascida em Portugal), Carmen Miranda, é contada por Helena Solberg neste docudrama. A estrela deixou o Brasil e conquistou os Estado Unidos, a partir das duas mais fortes indústrias dos sonhos – Hollywood e Broadway, mas ficou presa aos símbolos e estereótipos pelos quais alcançou a fama – da cabeça com turbantes cheio de frutas, roupas de baianas e estilo de cantar e atuar. No Brasil, foi acusada de ter abandonado suas origens e seu estilo.

A artista nos deixou com apenas 46 anos, em 1955, mas a sua imagem permanece como um dos ícones do nosso país. O documentário é um maravilhoso resgate desta mulher em busca de seus sonhos e de sua identidade.  

Filme assistido na mostra Mulheres, Câmeras e Telas, na Cinemateca Brasileira.

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Helena Solberg) √
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Helena Solberg) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

34/52 – Eternamente Pagu (1988), de Norma Bengell

Cartaz do filme "Eternamente Pagu". Acima do título está uma mulher com capacete.

Norma Bengell dirige Eternamente Pagu, cinebiografia sobre a vida da escritora, jornalista e ativista Patrícia Galvão. Carla Camurati é Pagu. Na tela, acompanhamos a rebelde Patrícia no colégio, suas relações amorosas, principalmente com Oswald de Andrade e Geraldo Ferraz, e seu envolvimento com o Partido Comunista. Acompanhamos também suas dores e angústias. Filme assistido na mostra Mulheres, Câmeras e Telas, na Cinemateca Brasileira.

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Norma Bengell) √
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Márcia de Almeida, Geraldo Carneiro e Norma Bengell) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

33/52 – Maggie tem um plano (Maggie’s Plan), de Rebecca Miller (2015)

Cartaz do filme Maggie's Plan. Nele, um homem e uma mulher com casacos de frio estão sentados conversando e rindo.

Já pensou em criar um plano para fazer o seu marido voltar com a ex-mulher dele? Isso depois de decidir ter um filho sozinha, bagunçar o seu próprio plano apaixonando-se por um homem casado e, depois, querer reverter a situação sem gerar muitos conflitos. Maggie, que nasceu de forma não planejada, não quer deixar nada para o destino resolver. Mas é claro que a vida não é tão simples assim. Greta Gerwig é Maggie – e a atriz traz afeto e inocência à gostosa maluquice da personagem.

Rebecca Miller também dirigiu Angela: Nas Asas da Imaginação (1995), O Tempo de Cada Um (2002), O Mundo de Jack e Rose (2005) e A Vida Íntima de Pippa Lee (2009). Está em fase de pré-produção de She Came to Me.

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Rebecca Miller) √
  • Presença de roteirista mulher: Não (Rebecca Miller) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

32/52 – O garoto de Liverpool (Nowhere Boy), de Sam Taylor-Johnson (2009)

Um rapaz jovem, com casaco e óculos de aros grossos está parado na rua, com um violão pendurado nas costas e papeis embaixo do braço.

A cinebiografia centra sua narrativa na juventude de John Lennon e na sua relação com suas figuras maternas – mãe biológica que o abandona ainda na infância e a tia que o criou. São essas duas mulheres que dão o tom do filme, tentando pincelar os impactos delas na vida do futuro Beatle. Mulheres que, do seu jeito, tentam dar conta de suas vidas e de suas obrigações, de acordo com suas personalidades tão distintas.

Sam Taylor Wood dirigiu Cinquenta tons de cinza, em 2015.

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Sam Taylor-Johnson) √
  • Presença de roteirista mulher: Não (Matt Greenhalgh) X
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

31/52 – Meu nome é Ray (3 Generations), de Gaby Dellal

Cartaz do filme 3 generations dividido em 3 partes. Na primeira está a mãe, na do meio o filho transgênero e na última a avó.

Ray (Elle Fanning) é um rapaz trans que mora com a mãe (Naomi Watts) e as avós (Susan Sarandon e Linda Emond). As três gerações nem sempre concordam, mas estão unidas lidando com a burocracia necessária para o tratamento hormonal de Ray. Apesar de contar com o apoio das mulheres da família, ele precisa ajudá-las a superar os receios e as dúvidas que enfrentam. Precisa lidar também com o restante da sociedade e com a necessidade de conseguir autorização de um pai ausente para o tratamento.

  • Presença de diretora mulher: Sim (Gaby Dellal) √
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Nikole Beckwith e Gaby Dellal) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

30/52 – Burn burn burn, de Chanya Button

Cartaz do filme "Burn, burn, burn". Abaixo do título tem um carro. Uma pessoa está em pé no teto do carro e outra está no chão consultando um mapa.

Três grandes amigos, duas mulheres e um homem. Só que o cara está morto. As duas mulheres partem na missão de levar as cinzas do amigo, Dan, para alguns pontos estabelecidos pela Grã Bretanha. A cada parada, um vídeo. Dan define a viagem como um encontro entre Thelma e Louise e Gasparzinho. O filme é escrito e dirigido por mulheres, além de ser centrado grande parte da narrativa nas duas amigas, Alex e Seph.

  • Presença de diretora mulher: Sim (Chanya Button) √
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Charlie Covell) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

29/52 – O começo da vida, de Estela Renner

Cartaz do filme O começo da vida. Abaixo do título uma mãe segura uma criança no colo.

O começo da vida convida todo mundo a refletir como parte da sociedade: estamos cuidando bem dos primeiros anos de vida, que definem tanto o presente quanto o futuro da humanidade?

O documentário entrevista tanto especialistas como famílias com crianças pequenas, de diversas partes do mundo.

Estela Renner, uma das fundadoras da produtora Maria Farinha Filmes, dirigiu também Criança, alma do negócio e Muito além do peso.

  • Presença de diretora mulher: Sim (Estela Renner) √
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Estela Renner) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

28/52 – Frozen, de Chris Buck e Jennifer Lee

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Um filme de “princesa”, mas certificado com o selo triple F (filme com mulheres complexas e que tem mulheres na direção e no roteiro). Um filme que conta a história de duas irmãs que são afastadas pelas circunstâncias da vida, mas que sofrem por sentirem que carregam um peso quase insuportável. Elsa tem um poder – belíssimo e maravilhoso – mas que é entendido como uma maldição. As lembranças dos poderes de Elsa são apagados da memória de Anna, que se sente abandonada pela irmã. As duas cresceram isoladas, mesmo sob o mesmo teto. Após a perda dos pais, Elsa será coroada rainha, mas acaba perdendo o controle e espalhando gelo em toda a região. Quando rompe o seu silêncio, Elsa sente-se livre (let it go, let it go) e pode, enfim, explorar toda a sua capacidade. Bem, muito ainda acontece até o desfecho: a compreensão que o amor verdadeiro capaz de salvar Anna do congelamento é o da irmã Elsa e que a forma que Elsa tem para dominar os seus poderes é o amor (e não a repressão, a qual foi levada a crer a vida inteira).

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Jennifer Lee) √
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Jennifer Lee) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

27/52 – Mulheres Olímpicas, de Laís Bodanzky

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Mulheres Olímpicas é um documentário da diretora Laís Bodanzky e que fez parte do projeto “Memória do Esporte Olímpico”. O filme discute o machismo que envolve o universo do esporte e entrevista diversas medalhistas olímpicas brasileiras, que trazem seus relatos sobre as dificuldades enfrentadas, a diferença de tratamento em relação a seus colegas homens e particularidades de suas trajetórias, entre derrotas e vitórias. Apresentando suas histórias estão Adriana Araújo, Ana Moser, Benedicta Oliveira, Daiane dos Santos, Fabi Alvim, Hortência, Ida Álvares, Isabel Salgado, Jacqueline Silva, Joanna Maranhão, Magic Paula, Maria Emilia Luz dos Santos, Maurren Maggi, Melânia Luz, Rosicleia Campos, Sandra Pires, Sarah Menezes, Vera Mossa, Yane Marques.

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Laís Bodanzky) √
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Laís Bodanzky) √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

26/52 – A Guerra dos Sexos, de Valerie Faris e Jonathan Dayton

Cartaz do filme

Billie Jean King é uma tenista norte-americana, vencedora de 129 prêmios e considerada uma das melhores tenistas do mundo. Na década de 70 ela lutou pela equiparação salarial entre homens e mulheres e pelo reconhecimento das atletas em um cenário majoritariamente masculino. Para rebater as reinvindicações de Billie Jean, Bobby Riggs, um tenista aposentado, a desafiou para um jogo decisivo, que definiria de uma vez por todas quem é melhor nos esportes, os homens ou as mulheres. Bobby tornou o evento um grande espetáculo, que teve atenção da mídia internacional e mobilizou milhões de dólares em torno do jogo que ficou conhecido como a “batalha dos sexos”.

Confira a crítica do Arte Aberta aqui.

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Valerie Faris) √
  • Presença de roteirista mulher: Não X
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

25/52 – First Comes Love, de Nina Davenport

Cartaz do filme

O documentário de Nina Davenport acompanha a diretora/protagonista na sua aventura de engravidar e de ser mãe solo aos 41 anos. O amor rompe a ordem convencional – conhecer um/uma parceirx, se relacionar, casar e ter filhos – e parte do “fim” desta ordem. O documentário, apesar de extremamente pessoal, alcança temáticas universais – maternidade, amizade, família, morte, e esse amor (não romântico) que pode surgir – ou faltar – de onde menos se espera. Além, claro, de expor o poder de escolha da mulher.

  • Bechdel Test: Sim 
  • Presença de diretora mulher: Sim (Nina Davenport) 
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Nina Davenport) 
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

24/52 – SLAM – Voz de levante, de Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D’Alva

Cartaz do filme

O documentário, filmado e produzido por mais de 7 anos, mostra o crescimento da poesia Slam no Brasil e no mundo. Slam são batalhas de poesias, de, no máximo, 3 minutos, sem acompanhamentos musicais. O filme começa acompanhando Roberta Estrela D’Alva na primeira participação brasileira na Copa do Mundo de Slam em Paris, em 2011. Visitando locais importantes para a cultura Slam em Nova Iorque e Chicago, o documentário termina com a apresentação de Luz Ribeiro, em 2016, também na Copa do Mundo de Slam, na França.

  • Bechdel Test: Sim
  • Presença de diretora mulher: Sim (Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D’Alva)
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D’Alva)
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim

23/52 – Vazante, de Daniela Thomas

vazante cartaz

Em 1821, Beatriz (Luana Nastas), uma menina branca de 12 anos é forçada em um casamento com o senhor Antônio (Adriano Carvalho), português dono de uma fazenda. Nela há escravos e escravas que, no trabalho forçado e nas violências disfarçadas de imposições legais, não são permitidos terem voz ou até nome, sendo retirada a sua humanidade.

  • Bechdel Test: Não X
  • Presença de diretora mulher: Sim (Daniela Thomas) 
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Daniela Thomas e Beto Amarelas)  √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Não X

22/52 – Meu corpo é político, de Alice Riff

cartaz meu corpo é político

O documentário acompanha a rotina de quatro pessoas: Giu, Paula, Fernando e Linn. Por meio de atividades do dia a dia, como o café da manhã, hora para fumar, espera do ônibus, preparação para uma apresentação, ida à faculdade e ao trabalho, saída com amigos e etc., o filme impacta pela narrativa cotidiana construída a partir de cada uma dessas pessoas. O que os une, além da marginalização imposta, é a militância LGBT.

  • Bechdel Test: Sim 
  • Presença de diretora mulher: Sim (Alice Riff) 
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Alice Riff)  √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

21/52 – Como nossos pais, de Laís Bodanzky

Cartaz do filme

Rosa é mãe, filha e esposa. Ao ser pressionada para exercer todos esses papeis com perfeição, se vê distante de seus próprios planos, projetos e sonhos. Em um almoço de família, sua mãe faz uma revelação que faz com que ela sinta a necessidade de investigar e compreender sua identidade e sua origem. Nesse processo, ela analisa sua vida, as diversas formas através das quais o machismo tem interferido em sua trajetória e suas relações conflituosas (com uma mãe fria, um pai confuso, um marido distante e as filhas desafiadoras). Em busca de si mesma, Rosa questiona a sociedade patriarcal e os modelos tradicionais de família e de amor.

O filme foi o grande vencedor do 45º Festival de Cinema de Gramado, tendo recebido os prêmios de Melhor Filme, Melhor Diretora, Melhor Atriz, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Montagem.

Laís Bodanzky dirigiu também o aclamado “Bicho de sete cabeças”, “As melhores coisas do mundo”, “Chega de Saudade” e “Mulheres Olímpicas”.

  • Bechdel Test: Sim
  • Presença de diretora mulher: Sim (Laís Bodanzky)
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi)  √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim

20/52 – Meninas, de Sandra Werneck

Poster do filme

Evelin, 13 anos, está grávida de um jovem de 22 anos que deixou o tráfico de drogas recentemente. Luana, 15 anos, declara que planejou sua gravidez, pois desejava ter um filho só para ela. Edilene, 14 anos, espera um filho de Alex, que também engravidou sua vizinha Joice. Ao longo de um ano, o documentário de Sandra Werneck acompanha o cotidiano destas quatro jovens e dos três novos pais. O filme discute a situação social dessas meninas, a influência do tráfico de drogas nas comunidades, as famílias partidas, abandono da escola pelas crianças etc. Do individual ao coletivo.

Sandra Werneck é uma experiente cineasta brasileira, tendo dirigido os longas: Pequeno Dicionário Amoroso, Amores Possíveis, Cazuza – o Tempo não Para e Sonhos Roubados. A diretora está em fase de produção do documentário Mexeu com uma, mexeu com todas.

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Sandra Werneck) √
  • Presença de roteirista mulher: Não X
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

19/52 – Desenrola, de Rosane Svartman

Desenrola

O filme adolescente é centrado na personagem Priscila (Olívia Torres). A garota tem uma ideia para o projeto da disciplina de matemática/estatística da escola – quantas meninas são virgens no primeiro ano? Com essa premissa – e com a própria virgindade que ela quer perder – o filme se “desenrola”. O filme trata de forma leve do sexo na adolescência, uso de caminha, gravidez, temática aborto/direito de escolha, amor x sexo, sexualidade etc.

Rosane Svartman dirigiu também os longas Como ser solteiro, Mais uma vez amor e Tainá 3 – A origem, além de curtas e programas de TV.

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Rosane Svartman) √
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Rosane Svartman e Juliana Lins)  √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

18/52 – O zoológico de Varsóvia (The Zookeeper’s Wife), de Niki Caro

The zookeeper's wife

O filme conta a história real de um casal, proprietário de um zoológico na Polônia, que se mobilizou para ajudar centenas de judeus a se esconderem e fugirem dos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial. O longa foi baseado no livro de Diane Ackerman.

Jan (Johan Hendelberg) e Antonina Zabinski (Jéssica Chastain) comandavam um fabuloso zoológico em Varsóvia, que foi devastado durante os ataques de 1939. O casal, então, usou o espaço para cuidar de diversas famílias perseguidas, que permaneciam escondidas durante o dia, enquanto o espaço era usado por militares alemães.

A neozelandesa Niki Caro dirigiu o premiado longa-metragem Encantadora de baleias e está trabalhando atualmente na direção do live-action de Mulan, tornando-se a segunda mulher dos estúdios Disney a dirigir um filme com orçamento superior a 100 milhões de dólares (a primeira foi Ava DuVernay com Uma Dobra no Tempo).

  • Bechdel Test: Sim √
  • Presença de diretora mulher: Sim (Niki Caro) √
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Angela Workman)  √
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim √

17/52 – Califórnia, de Marina Person

Cartaz do filme Califórnia

O número #17 dos 52 filmes de diretoras mulheres é Califórnia, de Marina Person.  Marina, em seu primeiro longa-metragem de ficção, fala sobre o que conhece: cultura pop, adolescência nos anos 1980 e música, muita música! Tudo junto! E o resultado é muito bom. O filme expõe os aspectos culturais, políticos e a sexualidade, com o início da AIDS, na década de 80.

No filme, Estela (Clara Gallo) é uma adolescente que vive os conflitos típicos da idade, de identidade, amizade e amor. Ela tem um ídolo, o tio Carlos (Caio Blat), jornalista musical que vive nos Estados Unidos. E o maior sonho da menina é visitá-lo na Califórnia, durante as férias. Os planos dela vão por água abaixo, no entanto, quando ela descobre que é ele quem está voltando para o Brasil.

  • Bechdel Test: Sim
  • Presença de diretora mulher: Sim (Marina Person)
  • Presença de roteirista mulher: Sim (Marina Person e Mariana Veríssimo, além de Francisco Guarnieri)  
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim

16/52 – Jongens (Boys), de Mischa Kamp

Cartaz do filme

Após a morte da mãe, Sieger vive com o pai e o irmão mais velho, presenciando conflitos diários entre eles e atuando como intermediador para uma convivência tranquila.

Quando o adolescente entra na equipe de corrida de revezamento de sua cidade, conhece Marc. Em meio aos treinos e viagens de campeonatos, os dois se aproximam, inicialmente como amigos, e aos poucos se apaixonam. Sieger tem então que lidar com os próprios medos e preconceitos para se conhecer e descobrir quem é e o que deseja.

Mischa Kamp é holandesa e diretora de diversos curtas-metragens, documentários e séries de TV.  Em 2005 dirigiu Het paard van Sinterklaas, um filme infantil sobre uma garotinha chinesa em seu processo de adaptação após se mudar para a Holanda. O filme foi um sucesso tão grande que teve uma sequência em 2007, Waar is het paard van Sinterklaas? Em 2014, Mischa lançou Jongens (Boys) e o filme conquistou 9 prêmios e outras 7 indicações, inclusive no International Emmy Awards.

  • Bechdel Test: Não X
  • Presença de diretora mulher: Mischa Kamp
  • Presença de roteirista mulher: Chris Westendorp e Jaap-Peter Enderle
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Não X

15/52 – Take this waltz, de Sarah Polley

Cartaz do filme

Já acompanhava – e admirava – o trabalho de Sarah Polley, como atriz e cineasta. Com o podcast @Feito Por elas sobre a diretora, embarquei novamente em seus filmes. Nesta 15a semana da nossa campanha #52FilmsByWomen, que traz filmes com diretoras mulheres, apresentamos, então, Take this waltz (2011) (com a tradução, ao meu ver, reducionista Entre o amor e a paixão).

No longa, Margot (Michelle Williams) é uma jovem casada há cinco anos. Ela escreve, mas não o que queria. Ela ama o marido e a família dele, mas sente-se desconfortável ao “ter que” seduzi-lo, ela não gosta de “in betweens” e tem medo de sentir medo e ela ainda não entendeu que tudo que é novo, envelhece. O filme é sobre sua jornada, sobre enfrentar essas questões, que acabam sendo instigadas por dois homens, por duas relações – com o marido e com o vizinho. O filme tem cores quentes, é solar, apesar de apresentar uma melancolia persistente da personagem principal. Há uma dualidade entre os vermelhos e azuis nas roupas de Margot. Mas há sempre um colorido intenso, nas cenas internas e externas.

Este é o segundo longa-metragem de Sarah Polley, o primeiro, também de ficção, é Longe dela (2006) e o terceiro é o documentário Histórias que contamos (2012). Como atriz, vale o destaque para os dois filmes dirigidos pela espanhola Isabel Coixet: Minha vida sem mim (2003) e A vida secreta das palavras (2005).

  • Bechdel Test: Sim
  • Presença de diretora mulher: Sarah Polley
  • Presença de roteirista mulher: Sarah Polley
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim

14/52 – Tal mãe, tal filha (Telle Mère, Telle Fille), de Noémie Saglio

Cartaz do filme

Mado e Avril são mãe e filha e são muito diferentes. Enquanto Avril é organizada, responsável e estável, Mado não tem emprego, é despreocupada, vive na casa da filha e do genro e depende deles para tudo. A relação se complica quando as duas engravidam ao mesmo tempo e precisam reavaliar suas próprias personalidades, medos e escolhas. Para aceitar a maternidade que se aproxima, elas analisam a sua própria relação e descobrem que podem aprender com o estilo de vida uma da outra.

  • Bechdel Test: Sim
  • Presença de diretora mulher: Noémie Saglio
  • Presença de roteirista mulher: Agathe Pastorino
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim

13/52 – Peixonauta, de Célia Catunda, Kiko Mistrorigo e Rodrigo Eba

Cartaz do filme

Após protagonizar uma série de televisão, Peixonauta chega às telonas. A animação conta a história de um peixe investigador, que trabalha na O.S.T.R.A (Organização Secreta para Total Recuperação Ambiental). No longa-metragem, ele e seus amigos, Marina e Zico, precisam descobrir o que aconteceu com as pessoas da cidade, que encolheram até ficar do tamanho de formigas. Para desvendar esse mistério, eles contam com com as dicas da POP e com a ajuda da detetive Rosa e da equipe da O.S.T.R.A. O filme trabalha diversas questões ambientais, como a importância da limpeza dos reservatórios fluviais e o excesso de lixo espacial.

  • Bechdel Test: Aprovado
  • Presença de diretora mulher: Célia Catunda, Kiko Mistrorigo e Rodrigo Eba
  • Presença de roteirista mulher: Marcela Catunda e Marcus Aurelius Pimenta
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Sim

12/52 – Jonas e o circo sem lona, de Paula Gomes

Cartaz de

O documentário acompanha o dia a dia de Jonas, um garoto de cerca de 13 anos, que tem um circo no quintal de sua casa. A mãe quer que ele abandone a “brincadeira” e foque nos estudos. Mas Jonas é apaixonado pelo universo do circo e, com a ajuda dos amigos, leva a atividade muito a sério. Ele é o apresentador, o palhaço, o malabarista e o contorcionista. Além de artista, é responsável pelo caixa, cria a roleta da entrada, a arte de divulgação do circo e é responsável pelas músicas. Jonas treina os outros participantes, é rigoroso com os ensaios e os horários, é um líder nato, que incentiva, motiva e serve como modelo para os demais. Na escola, porém, é visto como preguiçoso, irresponsável e desleixado.

O filme foca no paralelo entre esses dois universos para avaliar os diferentes tipos de inteligência e as limitações de uma instituição escolar desgastada.

  • Bechdel Test: Aprovado
  • Presença de diretora mulher: Paula Gomes
  • Presença de roteirista mulher: Paula Gomes e Haroldo Borges
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: sim 

11/52 – Meus 15 anos, de Caroline Okoshi Fioratti

Imagem super brega do filme abaixo

Baseado no livro homônimo de Luiza Trigo, Meus 15 anos é um longa juvenil protagonizado pela estrela teen Larissa Manoela. A obra é uma repetição da história que já vimos tantas vezes: uma garota deslocada no ambiente escolar, que não tem amigos e se sente invisível, e passa por uma transformação, devendo escolher quem realmente vai ser dali para frente. A adolescente Bia começa o filme acompanhada por um único amigo, excluído na escola como ela, e conta com a presença forte e carinhosa do pai, que a cria sozinho. Ao ganhar um concurso do shopping do bairro e receber como prêmio uma festa luxuosa em comemoração dos seus 15 anos, com direito a show da Anitta e vestido de uma estilosa famosa, a jovem Bia passa de desconhecida a uma das garotas mais populares do colégio. Todos querem um convite para a festa e se aproximam dela com segundas intenções. Bia tem, então, que decidir se será fiel a sua personalidade ou se se moldará para agradar aos outros e se adequar ao grupo dos “populares”. Apesar dos clichês, o filme passa ao público infanto-juvenil as seguintes mensagens: você não precisa mudar para agradar ninguém e seu final feliz não depende de se envolver romanticamente com alguém.

Caroline Okoshi Fioratti é diretora e roteirista de curtas, séries e longas. Confira mais informações sobre a diretora na página: 

  • Bechdel Test: Aprovado
  • Presença de diretora mulher: Caroline Okoshi Fioratti
  • Presença de roteirista mulher: Luiza Trigo, Clara Deák, Mirna Nogueira, Caroline Fioratti e Marcelo Andrade
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: Não X

10/52 – Mulher Maravilha, de Patty Jenkins

Poster do filme

Já falamos sobre o filme aqui e é a nossa indicação para o filme dirigidos por mulheres desta semana. Mulher Maravilha (Wonder Woman), dirigido por Patty Jenkins, já bateu alguns recordes! O filme foi a melhor abertura de longa dirigido por uma mulher nos Estados Unidos (ultrapassando Cinquenta tons de cinza) e, com arrecadação de mais de U$ 656 milhões de dólares, torna-se o maior sucesso live-action com uma mulher na direção. No portal de dados de cinema IMDB, o filme está com a avaliação de 8.1 e no Rotten Tomatoes 92% – notas altas. Neste último, o filme recebe o certificado de “fresh” quando alcançam o “tomatometer” de 75% ou mais, a partir de, pelo menos, 80 críticas, para filmes com amplo lançamento.

Antes de Mulher Maravilha, Patty Jenkins dirigiu o longa Monster: desejo assassino (2003) e episódios das séries The killing, Arrested Development, Entourage, entre outros. A cineasta também dirigiu um dos episódios do filme Cinco pela cura, sobre câncer de mama.

  • Bechdel Test: Aprovado
  • Presença de diretora mulher: Patty Jenkins
  • Presença de roteirista mulher: não X
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: sim

9/52 – Quase 18, de Kelly Fremon

Cartaz do filme

Quase 18 (The Edge of Seventeen) conta a história de Nadine (Hailee Steinfeld), que se sente abandonada pela única amiga quando esta começa a namorar o seu irmão, de quem não é muito próxima. É distante também a sua relação com a mãe e a menina sente uma falta constante do pai. Soma-se a todo esse contexto, a paixão platônica com o “alternativo” da escola, a amizade com um “cara legal” e a relação com o professor esquisito. Deste cenário, além do enfoque na relação com o professor, seria interessante ter visto também o desenvolvimento da relação com o irmão – algo que é resolvido de forma rápida no final do filme – e com a mãe.

A cineasta Kelly Fremon Craig é roteirista do longa-metragem Recém-formada (2009), da diretora Vicky Jenson. Quase 18 é seu primeiro longa na direção.

  • Bechdel Test: Aprovado
  • Presença de diretora mulher: Kelly Fremon
  • Presença de roteirista mulher: Kelly Fremon
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: sim

8/52 – Entre Risos e Lágrimas, de Gillian Robespierre

Cartaz do filme

A comédia independente Entre Risos e Lágrimas (Obvious Child), da diretora Gillian Robespierre, disponível na Netflix, conta a história de Donna Stern (Jenny Slate) que engravida após fazer sexo sem proteção com um cara que conheceu no bar onde apresenta sua Stand Up Comedy. O filme aborda de forma leve e inteligente amor, sexo, amizade, aborto e a tal da vida de adulto. Já fizemos uma crítica sobre o filme, juntamente com o documentário Clandestinas, de Fádhia Salomão, confira aqui! Em 2017, a diretora Gillian Robespierre dirigiu o longa Lanline, também com a comediante Jenny Slate.

  • Bechdel Test: Aprovado
  • Presença de diretora mulher: Gillian Robespierre
  • Presença de roteirista mulher: Gillian Robespierre
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: sim

7/52 Laerte-se

Laerte, sentada em um sofá azul, sorrindo para alguém que não está visível na cena.

O documentário de Lygia Barbosa da Silva e Eliane Brum desbrava o universo da cartunista Laerte Coutinho. A artista fala sobre transexualidade, sobre seu trabalho, a relação com os pais e a morte do filho. Enquanto ela conversa e anda por sua casa, vemos tirinhas assinadas por Laerte que dialogam com suas falas. Vemos Hugo se tornando Muriel e o Laerte se tornando a Laerte, em uma simbiose entre arte e vida, que gera um trabalho autobiográfico, sensível e crítico.

Laerte fala sobre o corpo, sobre nudez, transições, a questão política da escolha das roupas em um mundo “dominado” pelos homens, a militância e a vida particular.

O filme é o primeiro documentário brasileiro original da Netflix e estreou na plataforma no dia 19 de maio de 2017.

  • Bechdel Test: Aprovado
  • Presença de diretora mulher: Lygia Barbosa da Silva e Eliane Brum
  • Presença de roteirista mulher: Lygia Barbosa da Silva, Eliane Brum e Raphael Scire
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: sim

6/52 – É Proibido Fumar, de Anna Muylaert

Cartaz do Filme

O segunda longa-metragem da cineasta Anna Muylaert tem o toque de inesperado e humor sombrio do seu primeiro filme, Durval Discos. Gloria Pires é Baby, uma professora de violão, que mora na casa que era da mãe e busca encontrar um companheiro. Quando o vizinho Max (Paulo Miklos) chega, Baby se interessa imediatamente e até tenta largar o cigarro por ele.

No desenrolar da vida de Baby, de suas irmãs e de seu relacionamento com Max, o filme aborda muitas questões sociais, culturais e morais. Assim, o longa é uma mistura de comédia, romance, filme de cotidiano, suspense e humor sombrio. Tudo é exposto de um jeito que parece leve, mas que surpreende a cada ação.

Anna Muylaert é diretora e roteirista, começou na TV Cultura, nos programas infantis Mundo da Lua e Castelo Rá-Tim-Bum. Além de vários curtas e programas de TV, a cineasta já tem cinco longas como diretora. Que horas ela volta?, de 2015, a projetou nacionalmente ao ser selecionado como o indicado brasileiro ao Oscar e – ao mesmo tempo – expôs muitas questões do machismo por trás das câmeras no cinema brasileiro.

  • Bechdel Test: Aprovado
  • Presença de diretora mulher: Anna Muylaert 
  • Presença de roteirista mulher: Anna Muylaert 
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas:  sim

5/52 – Capitães da areia, de Cecília Amado e Guy Gonçalves

Cartaz do Filme Capitães de Areia

O filme foi produzido como parte das comemorações do centenário de Jorge Amado e foi dirigido por sua neta Cecília Amado, em parceria com Guy Gonçalves. O longa é uma adaptação do livro “Capitães da areia” e conta a história de um grupo de meninos que vivem em um trapiche abandonado em um cais na cidade de Salvador.

Sem família ou dinheiro, excluídos e temidos pela sociedade, eles se organizam como grupo, sob a liderança do jovem Pedro Bala, e vivem de furtos e golpes. Os meninos, ainda muito novos, vivem histórias tristes, duras, e sofrem com a falta da família, com raiva da polícia e com o crescente rancor da elite.

Conhecemos as histórias de cada um, suas dores, seus amores, suas vocações.  Personagens que buscam alento nos mais diferentes locais: na religião, nos livros, nos braços de uma prostituta ou na capoeira. Apesar das dificuldades, é a liberdade que os une. Os capitães da areia conhecem e aproveitam cada ladeira, praça ou porto de Salvador, são os reis da cidade.

A dinâmica entre eles muda quando Dora, uma jovem que acaba de ficar órfã, chega ao trapiche com seu irmão caçula. Apesar de um começo difícil, os capitães passam a ver nela figuras até então inexistentes para eles, uma mãe e uma irmã. Pedro Bala vê a esposa. Assumindo esses papeis, ela ganha o carinho e a confiança de todos.  Corajosa e destemida, ela aos poucos conquista outro papel, se torna a primeira menina capitã e passa a participar de todas as aventuras do grupo.

Destaque para a maravilhosa trilha sonora do filme:

  • Bechdel Test: Reprovado x
  • Presença de diretora mulher: Cecília Amado e Guy Gonçalves
  • Presença de roteirista mulher: Cecília Amado e Hilton Lacerda
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: sim

4/52 – Divinas Divas, de Leandra Leal

Divinas Divas 1

O documentário proporcionou o reencontro do grupo Divinas Divas, que marcou a história do Brasil como a primeira geração de artistas travestis do país. As pioneiras Rogéria, Valéria, Jane di Castro, Camille K., Fujica de Holliday, Eloína, Marquesa e Brigitte de Búzios, hoje com cerca de 70 anos, ensaiam um novo espetáculo e, enquanto se preparam, conversam sobre suas trajetórias e sobre as dificuldades encontradas frente ao preconceito e à ditadura. Em meio às canções e coreografias, elas falam sobre as mudanças em seus corpos, sobre as apresentações internacionais, seus amores, famílias e as transformações encaradas pelo Brasil ao longo dessas décadas.

Leandra Leal é atriz – atuando em teatro, televisão e cinema – e produtora cultural. Divinas Divas é a sua estreia na direção de cinema. O documentário foi vencedor da categoria Melhor Filme pela votação popular do festival norte-americano South by Southwest (SXSW). O longa-metragem chega em junho aos cinemas brasileiros.

  • Bechdel Test: Aprovado 
  • Presença de diretora mulher: Leandra Leal
  • Presença de roteirista mulher: Carol Benjamin, Leandra Leal, Lucas Paraizo e Natara Ney 
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: sim

3/52 – Ginger & Rosa, de Sally Potter

Cartaz de

Ginger & Rose, de Sally Potter, de 2013, é ambientado em Londres, em 1962. As amigas Ginger (Elle Fanning) e Rosa (Alice Englert) estão crescendo e descobrindo os caminhos de cada uma, no meio da Guerra Fria, da revolução sexual e da tensão gerada pelo medo da bomba nuclear dos anos 1960. É um filme sobre ritos de passagem e sobre as relações familiares e de amizade.

A diretora inglesa Sally Potter, que dirigiu seu primeiro filme, em 8mm, aos 14 anos, tem como uma das suas obra mais relevante o cultuado filme Orlando — A Mulher Imortal (1992), adaptação da obra de Virginia Woolf estrelada por Tilda Swinton. O mais novo longa, The Party, será lançado ainda este ano. Ao todo são oito filmes de longa-metragem de ficção, além de documentários, curtas, livros etc.

  • Bechdel Test: Aprovado
  • Presença de diretora mulher: Sally Potter
  • Presença de roteirista mulher:  Sally Potter
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: sim

2/52 – Linha de passe, de Daniela Thomas e Walter Salles

Cartaz do filme

Linha de passe, dirigido pelos parceiros Walter Salles e Daniela Thomas (Terra estrangeira e Primeiro dia), nos apresenta a história de Cleuza e sua família. Ela é mãe de quatro filhos crescidos, grávida do quinto, moradora da periferia paulistana e empregada doméstica. Além do receio de perder o emprego devido à gravidez, ela lida com os problemas de cada um dos filhos, tão diferentes entre si.

Dênis trabalha como motoboy, é pai ausente de um menino pequeno e irresponsável em todas as suas relações, se envolvendo, inclusive, em crimes. Dario sonha em ser jogador de futebol, mas está na idade limite para ser convocado e busca formas de burlar esse impedimento e realizar o seu sonho. Dinho trabalha em um posto de gasolina e, após superar um passado problemático, se apoia na religião. Reginaldo é o caçula. Seu sonho é descobrir quem é seu pai e vaga pela cidade todos os dias imaginando se ele é algum dos milhares por quem passa na rua.

Cleuza e seus filhos lidam com a frustração diária de não alcançar seus sonhos e lutam para superar os limites impostos pela sociedade e pela vida.

A atriz Sandra Corveloni ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes pelo papel de Cleuza. Cabe destacar que esse foi o primeiro trabalho da atriz para o cinema.

  • Bechdel Test: Aprovado 
  • Presença de diretora mulher: Daniela Thomas e Walter Salles 
  • Presença de roteirista mulher: Walter Salles, Daniela Thomas, Bráulio Mantovani, George Moura 
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: sim 

1/52 – Amor, plástico e barulho, de Renata Pinheiro

Cartaz do filme

Amor, Plástico e Barulho, de Renata Pinheiro, conta a história de Shelly (Nash Laila) e Jaqueline (Maeve Jinkings), cantoras de música brega em busca de sucesso. Elas vivem entre a rivalidade feminina e a sororidade, passando por experiência parecidas, mas em momentos distintos da vida. Destaque para a cena de Jaqueline cantantando, a capela, e cheia de melancolia, “Chupa que é de uva”.

  • Bechdel Test: Aprovado
  • Presença de diretora mulher: Renata Pinheiro
  • Presença de roteirista mulher: Sergio Oliveira e Renata Pinheiro
  • Apresenta personagens mulheres importantes e complexas: sim

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